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2023

descobertas

percebi que tenho o hábito de acumular inspiração (anotando e colecionando as coisas que me inspiram) como forma de gerar manualmente serendipidade no futuro.

o que quero dizer é: se um livro me chama, ou o nome de um lugar se destaca, ou uma pessoa chama minha atenção, ou de repente me interesso por uma ideia ou assunto totalmente novo, eu acompanho, aguardo a essas pequenas migalhas de inspiração – e geralmente, mesmo que não seja aparente de imediato, fica claro por que aquela coisa era interessante para mim quando mais algumas conexões mentais foram feitas em torno do que chamou minha atenção.

é como se meu subconsciente soubesse que minha mente consciente estará interessada em algo antes de entender o porquê, e isso me ajuda a coletar aquele “ponto” de inspiração para o futuro, para quando eu tiver contexto suficiente para entendê-lo. redescobrir esses pontos assim que tiver o contexto para entender onde eles se encaixam no quebra-cabeça que estou resolvendo parece um acaso completo.

a melhor maneira que conheço de gerar manualmente essa serendipidade é perceber quando algo me inspira (isso requer presença) e tentar acompanhá-lo (fazer anotações, tirar uma foto, conversar com a pessoa que é interessante, até mesmo dizer o que é interessante em voz alta pode solidificá-lo como uma memória).

então: quando tudo se junta em torno desse “ponto” de inspiração, parece um feliz acidente quando foi resultado de um processo imperfeito, mas intencional, de acompanhar o que chama por você e perceber o que o inspira – essencialmente um processo de curadoria do seu gosto.

resumindo: perceber e selecionar seu gosto é uma forma de gerar serendipidade criativa, mesmo quando — especialmente quando! — você ainda não tem certeza de por que gosta de algo.