
ser inteligente o suficiente para saber que sou burro é a única coisa que me salva de cair na armadilha confortável de acreditar que tenho tudo sob controle. porque, vamos encarar: quanto mais você descobre sobre o mundo, mais percebe que não sabe quase nada. e isso, curiosamente, é libertador. enquanto a maioria está desesperada para parecer a pessoa mais inteligente da sala, acumulando certezas como troféus inúteis, eu prefiro abraçar a dúvida e o desconforto de não saber – porque é aí que a verdadeira sabedoria começa.
vivemos em um tempo onde ter uma opinião virou quase uma obrigação moral, mesmo que seja baseada em meia dúzia de manchetes mal lidas ou meias-verdades engolidas sem mastigar. o problema é que toda essa “certeza” que as pessoas ostentam é, na verdade, uma fachada frágil. quanto mais alguém se agarra à necessidade de estar certo, mais óbvio fica o quanto essa pessoa teme a própria ignorância. a ironia? o verdadeiro sábio não tem problema algum em admitir que não sabe, que está sempre aprendendo e que sua visão do mundo está em constante ajuste.
entender que você é burro em muitas coisas não é um golpe no ego; é a chave para continuar evoluindo. enquanto os sabichões brigam por suas posições em discussões intermináveis, jogando opiniões como se fossem verdades absolutas, os poucos que realmente sabem algo estão em silêncio, observando a futilidade daquilo tudo. não é sobre vencer debates, mas sobre ter a humildade de admitir que o conhecimento é infinito – e que quanto mais você se aprofunda, mais percebe que há um abismo de coisas que ainda não conhece.
o que torna isso ainda mais irônico é que aqueles que se acham espertos demais para admitir sua própria ignorância estão, na verdade, presos em uma bolha de autossuficiência que só os impede de crescer. enquanto isso, os que sabem que não sabem continuam avançando, aprendendo e evoluindo. no final das contas, reconhecer sua burrice não é fraqueza – é inteligência. é o que te impede de se estagnar, de se acomodar na falsa ideia de que já chegou lá, quando na verdade ainda está no começo da jornada.
então, sim, eu sou burro. mas sou burro o suficiente para saber que essa consciência é o que realmente me dá uma vantagem. porque, enquanto os outros se afundam na necessidade de estarem certos o tempo todo, eu prefiro o caminho de quem está disposto a questionar, a se perder e a encontrar novas formas de pensar. afinal, a vida não é sobre acumular respostas; é sobre se manter curioso e nunca parar de explorar o que está além do óbvio.