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2024

rotinas

rotina, aquela coisa que todo mundo adora odiar. é engraçado, né? de um lado, você tem as pessoas que se orgulham de ser “livres”, que desprezam qualquer tipo de repetição, que vivem sob a ilusão de que estão fora desse ciclo porque “cada dia é uma aventura”. do outro, os que seguem cegamente qualquer guru que aparece, comprando a ideia de que, se você acordar às 5 da manhã, tomar um banho gelado, fazer yoga e jejum intermitente, vai finalmente alcançar o sucesso. como se existisse uma fórmula mágica que te protegesse da bagunça da vida.

mas a verdade é que a rotina – quando bem feita – é o que mantém a sanidade no meio desse caos que chamamos de vida moderna. o problema é que o conceito de rotina foi sequestrado por essa máquina de produtividade que quer transformar todo mundo em robô. “faça isso, faça aquilo, não saia da linha, siga o protocolo.” parece familiar? o que começou como uma maneira de organizar o dia se transformou numa obsessão com cronogramas, apps de produtividade e fórmulas prontas.

e aí você se pergunta: quem diabos disse que tomar banho gelado e acordar antes do nascer do sol é a solução pra todos os problemas? o problema é que vendem essa rotina como se fosse a única maneira de ter uma vida decente. mas, deixa eu te contar, rotina é pessoal. o que funciona pra um, pode ser um pesadelo pra outro. e você, enquanto tenta forçar essas fórmulas na sua vida, vai percebendo que, de algum jeito, está mais estressado, mais ansioso, mais preso.

rotina não deveria ser uma gaiola. deveria ser a fundação. algo que te ajuda a segurar o tranco, não algo que te sufoca. rotina boa é aquela que te faz respirar, que te deixa espaço pra improvisar, pra ser humano. mas ninguém quer falar disso, né? é mais fácil vender a ilusão de que, se você seguir a cartilha direitinho, vai dar tudo certo.

e aí está a ironia: as rotinas que realmente importam são as que você cria sozinho ou com quem você ama, sem seguir nenhuma moda. o banho gelado, a meditação forçada, o cronograma de produtividade… esquece isso. cria uma rotina que faça sentido pra você e quem está ao seu redor, que alimente a alma, que respeite seu ritmo. no final, o que realmente importa não é o que o guru do momento tá te dizendo pra fazer. é o que funciona pra você, e só você pode descobrir o que é.