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2024

quintessencial

quintessencial. não é um conceito que você vai ver estampado em vitrines, nem viralizando em redes sociais. porque, francamente, ninguém quer admitir que a gente vive em um mundo cheio de coisas inúteis, descartáveis e sem alma. vivemos na era do “mais”, mas o que realmente vale é o “menos”. e não é qualquer “menos”, é o essencial, o que importa, o que fica depois que você tira todas as camadas de superficialidade.

tudo hoje é projetado pra ser substituído em dois anos. e sabe o que é pior? a gente compra essa ideia. caímos nessa armadilha. quem nunca ficou empolgado com o novo modelo de celular que tira fotos “melhores” que o último, só pra descobrir, dois meses depois, que nem se importa mais? estamos sempre em busca do mais novo, do mais rápido, do mais conectado, mas a verdade é que o que realmente importa são as coisas que ficam. as coisas que contam uma história. as coisas que sobrevivem ao tempo, e que, de alguma forma, nos lembram que estamos vivos.

meu relógio de corda, por exemplo, não monitora minha pressão arterial e não me avisa quando eu tenho que me levantar da cadeira. mas toda vez que eu dou corda nele, lembro que o tempo não é uma coisa que a gente pode controlar. ele passa, sim, mas somos nós que decidimos como vamos vivê-lo. e esse relógio? ele vai estar no meu pulso daqui a dez, vinte, trinta anos, enquanto os smartwatches de hoje vão estar esquecidos numa gaveta qualquer.

o mesmo vale pro meu canivete suíço. ele não é um gadget da moda, não faz “hype” no instagram, mas quando eu preciso dele, ele faz o trabalho – e faz bem. porque, no fim das contas, é disso que se trata o quintessencial. é aquilo que faz o que precisa ser feito, sem barulho, sem estardalhaço. é o que te serve, não o que te distrai.

mas aí vem a pergunta: quantas coisas na sua vida são assim? quantas dessas tralhas que você acumula realmente têm algum valor duradouro? a verdade é que a maioria das pessoas está tão ocupada em consumir, que não para pra pensar no que realmente importa. seguimos a manada, comprando o que nos dizem que precisamos, mas raramente paramos pra considerar o que realmente faz diferença.

e sabe o que mais? o que é quintessencial não é só sobre objetos. é sobre experiências, sobre pessoas, sobre o que você escolhe levar com você na jornada. o resto? o resto é barulho, distração, porcaria que vai ser descartada assim que o próximo lançamento brilhante aparecer.

então, se tem uma coisa que aprendi, é que menos é sempre mais. o que é feito pra durar vale infinitamente mais do que o que é feito pra brilhar por um segundo. e é isso que eu quero pra minha vida: menos coisa, mais essência. menos distração, mais significado. porque, no fim das contas, o que realmente importa é o que vai sobreviver ao tempo. o resto, meu amigo, é só ruído.