
como espectador da vida, eu me importo com o que é real – com as pessoas que mostram suas falhas e inseguranças, que perdem o chão e mesmo assim encontram uma forma de seguir em frente. gente que não está tentando te vender uma versão filtrada e perfeita de si mesma, porque, sejamos honestos, perfeição é uma ilusão. e uma ilusão bem chata. ninguém vive isso, e quem tenta viver assim está se enganando e, pior, enganando todo mundo ao seu redor.
passei muito tempo tentando ser essa versão perfeita, aquela que atendia às expectativas de todos, me moldando a um ideal que, no fundo, nem acreditava. e, claro, o resultado disso? desgaste. cansaço mental e emocional de tentar ser algo que simplesmente não faz sentido. no fundo, a gente sabe que não é assim, que a vida é uma bagunça. e tudo bem, porque é nessa bagunça que a gente se encontra. e quanto mais cedo você para de correr atrás dessa perfeição inútil, mais fácil fica se aceitar como é e – surpresa! – as pessoas também começam a te aceitar assim.
o mais engraçado (e libertador) é que, ao deixar de lado essa máscara da perfeição, as expectativas mudam. as pessoas começam a te ver como você é: falho, imperfeito, humano. e, com isso, vem uma leveza que eu jamais esperava. de repente, não preciso mais carregar o peso de agradar todo mundo ou de manter uma imagem que nunca foi minha. ser autêntico, ser eu mesmo, me deu a liberdade de errar, de me reinventar, de ser quem eu realmente sou.
e hoje, quando alguém me conhece, já sabe o que esperar: não vou me encaixar em moldes, não vou seguir roteiros, e definitivamente não vou fingir que tenho tudo sob controle. e sabe o que é o melhor disso tudo? quem fica, fica porque valoriza o que sou de verdade, sem filtros, sem máscaras. porque, no fim do dia, não importa o quanto você tente parecer perfeito – a verdade sempre aparece. e quando ela aparece, é melhor que você já esteja confortável com quem realmente é.