
eu não tenho uma pauta, não estou aqui com uma agenda escondida. não sou desses que precisa empurrar uma causa, uma narrativa perfeita. o que eu tenho é um ponto de vista — e, convenhamos, ele muda o tempo inteiro. porque se tem uma coisa que a vida me ensinou, é que quanto mais você aprende, mais percebe o quanto estava errado antes. mas parece que, para muita gente, admitir isso é pedir demais.
e o mais engraçado? quem vive preso a uma pauta, como se fosse um dogma, acha que isso é força, acha que isso é coerência. como se segurar firme em uma ideia, mesmo quando o mundo ao seu redor está desmoronando, fosse alguma espécie de virtude. se você ainda não percebeu, coerência em excesso é teimosia disfarçada. é medo de parecer vulnerável. é medo de admitir que o mundo é um lugar muito mais caótico do que a sua mente controladora consegue processar.
a vida não espera você decidir se vai segurar sua bandeira ou mudar de opinião. ela simplesmente acontece. e enquanto muita gente está por aí gritando suas pautas, eu prefiro observar. prefiro ouvir. prefiro mudar de ideia quando faz sentido. porque, no fundo, é a flexibilidade que salva você de se afundar em suas próprias certezas.
a ironia é que as pessoas que mais pregam a importância de ter uma “pauta” são, geralmente, as que menos conseguem lidar com a complexidade da realidade. elas acham que ter um ponto de vista fixo as protege da bagunça. mas a verdade? a bagunça vai engolir você, não importa quantas pautas você defenda. e enquanto isso, eu estou aqui, mudando, evoluindo, admitindo que não sei de tudo — e isso me faz muito mais forte do que quem vive preso a uma ideia ultrapassada.
no fim do dia, as pessoas que insistem em ter uma pauta, uma agenda fixa, só estão tentando se convencer de que têm controle. e a maior piada é essa: controle é uma ilusão. então, se você tá aí, segurando firme sua pauta como se ela fosse te salvar de alguma coisa, boa sorte. eu prefiro a liberdade de me contradizer, de aprender com o caos, de não ter todas as respostas — e, honestamente, de ser muito mais interessante por causa disso.
meu ponto de vista? ele muda a cada segundo, e, se você não tá disposto a fazer o mesmo, talvez o problema não seja a falta de coerência dos outros. talvez o problema seja sua incapacidade de sair da bolha onde você mesmo se trancou.