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2024

here and now

tatuei here and now no meu pulso porque, sejamos honestos, a gente vive perdendo tempo. não estou falando só do futuro, aquela ilusão de “quando eu tiver tudo resolvido, aí sim vou viver”. estou falando também do passado – aquela bagunça nostálgica que a gente gosta de reviver, como se pudesse corrigir erros ou, quem sabe, fazer as coisas de outro jeito se voltássemos no tempo. spoiler: você não vai.

o passado é bagunçado, cheio de arrependimentos, erros, e, se forçar a barra, até algumas boas memórias. mas o que as pessoas esquecem é que o presente é igualmente bagunçado, só que com uma diferença crucial: ele é o único lugar onde você pode fazer alguma coisa. o que aconteceu já foi, e o que vem depois… bem, boa sorte tentando prever. você pode ficar planejando e imaginando como tudo vai se desenrolar, mas a realidade vai te dar um tapa na cara quando menos espera.

esse here and now no pulso é um lembrete pra mim mesmo, porque sou tão bom quanto qualquer outro em me distrair com tudo, menos o momento atual. a gente adora esse conceito de viver no presente, mas na prática? estamos sempre pensando em como consertar o que já passou ou em como vamos melhorar o que vem depois. e no meio disso tudo, o agora – que é onde a vida realmente acontece – passa despercebido.

e é por isso que a tatuagem está lá: pra me lembrar que essa busca incessante por perfeição, por “consertar o passado” ou “controlar o futuro”, é uma piada cósmica. a vida é um caos contínuo, sem aviso prévio e sem roteiro. o passado é confuso e o futuro é incerto, mas o presente? o presente é a única coisa que você pode realmente experimentar. se não parar pra prestar atenção, vai acabar desperdiçando a única coisa que tem, enquanto tenta resolver as coisas que já foram ou que nem chegaram.

então, toda vez que eu olho para o meu pulso, é um lembrete brutal de que a vida não vai esperar eu estar pronto. o passado está feito, o futuro é uma incógnita, e o here and now? bem, é melhor você se ligar nele antes que ele também vire só mais uma memória bagunçada.