
deixa eu começar logo dizendo: eu reclamo, sim. reclamo do peso, reclamo dos exercícios, reclamo da dor no dia seguinte, reclamo do horário, da quantidade de séries e até do clima, se for o caso. mas, por algum motivo inexplicável, continuo voltando. é quase como um relacionamento tóxico… mas, ao contrário de outros, esse aqui é ótimo pra minha saúde. vai entender.
treinar com você é tipo entrar num daqueles filmes de guerra onde o sargento grita na sua cara enquanto você rasteja na lama com uma mochila de 50kg nas costas. ok, talvez eu esteja exagerando um pouco. mas, na hora, juro que parece isso. tem aqueles momentos clássicos em que eu penso: ‘por que raios estou fazendo isso comigo mesmo?’ a resposta, claro, é que você sabe exatamente como me tirar da zona de conforto – e que, no fundo, eu adoro.
cada agachamento que você faz parecer fácil é uma pequena tortura pra mim, mas também é um lembrete de que, sem você, eu provavelmente estaria em casa comendo pipoca e inventando mil desculpas. a cada série que você ajusta, pensando ‘é só mais um pouquinho’, eu penso: ‘é isso. vou morrer agora.’ e sabe de uma coisa? ainda bem que não morri. porque, por mais que eu sofra no momento, no final, saio me sentindo melhor. sim, melhor.
reclamar virou parte do meu ritual de treino, faz parte da diversão (se é que posso chamar de diversão). mas, o que ninguém sabe é que, por trás de toda essa reclamação, eu estou incrivelmente grato por todo o trabalho que você faz. por me empurrar quando eu quero desistir, por me lembrar que posso ir além quando meu cérebro já está querendo parar, e por, de alguma forma, me fazer acreditar que levantar aquele peso é, de fato, possível.
então, sim, eu vou continuar reclamando. faz parte. mas só quero que você saiba que, no fundo, eu te respeito pra caramba e aprecio todo o trabalho que você faz pra transformar cada treino em algo desafiador. e quando você me manda fazer mais 10 repetições, pode ter certeza que, internamente, estou xingando. mas também estou agradecendo. porque, no fim das contas, é esse equilíbrio estranho entre adoração e reclamação que me mantém voltando.
e, claro, não vou te dar o gosto de admitir isso pessoalmente, então tá aqui, nesse manifesto. pode continuar me torturando.