
certo, deixa eu te contar uma coisa que vai quebrar o coração de qualquer um que ainda acredita nessa ilusão de narrativa pura e objetiva: ninguém tem a menor ideia do que está fazendo. eu, você, aquele “especialista” que você vê na tv – todos nós estamos apenas tentando parecer espertos o suficiente para não sermos pegos na mentira. a ideia de que existe algum narrador onisciente e imparcial por aí é um conto de fadas criado por quem tem medo de sujar as mãos no lamaçal de preconceitos, suposições e falhas que, no fundo, compõem cada um de nós.
eu vou dizer como realmente é: ser um narrador “confiável” é um conceito ultrapassado e estéril, uma bobagem que as pessoas inventaram para se sentirem superiores. a beleza está na sujeira, nos tropeços, nos fracassos gritantes e espetaculares. porque é só quando você admite que é um ser humano ridículo e cheio de falhas que as coisas ficam realmente interessantes. o mundo já tá lotado de narradores “objetivos” e “parciais”, e, honestamente, quem se importa? estamos todos enchendo a cara com nossas próprias doses de preconceitos e inseguranças, tentando encontrar algum sentido enquanto cambaleamos de um erro para outro.
quer um conselho? estabeleça metas absurdas. não aquelas metas que te fazem parecer respeitável ou, deus me livre, “prudente”. não, eu tô falando de objetivos tão ridículos que você vai parecer um maníaco delirante só de dizer em voz alta. quer viver um pouco? então arrisca tudo. cria essas expectativas bizarras e se joga sem medo. porque é só quando você se deixa cair no abismo da idiotice que as coisas realmente interessantes acontecem. controle é coisa de gente chata, que prefere a segurança de uma vida sem graça à possibilidade de um desastre glorioso.
vamos falar a verdade: as melhores histórias nascem do desastre. do erro. do acidente. aquela vez em que você achou que sabia o que estava fazendo, só pra descobrir, de forma espetacular, que não tinha ideia. é aí que você encontra as pepitas de ouro. não nas vitórias planejadas, mas naqueles fracassos que te fazem sentar e pensar “como eu fui parar aqui?”. é esse o verdadeiro valor da vida – e não essa busca patética por um sentido, por um “significado maior”. o mundo é um caos sem ordem, e quem te diz o contrário está mentindo pra te vender alguma coisa.
sabe o que é divertido? é ser provado errado. é descobrir que você não sabe nada, e que todas aquelas ideias preconcebidas que você carregou a vida inteira são tão úteis quanto um guarda-chuva em um furacão. não há nada mais libertador do que perceber que você é um idiota e que tudo que achou que sabia é, no máximo, meia verdade. é um chute no ego, mas é um chute necessário. a humildade forçada é o melhor tempero, e, ao contrário do que muitos pensam, ela não vem com uma colherinha de açúcar.
e vou te dizer outra coisa: se você tá com medo de parecer um idiota, tá vivendo errado. não existe nada mais entediante do que alguém que passa a vida toda tentando parecer inteligente, sagaz, astuto. deixa eu te poupar do esforço: ninguém liga. de verdade. você acha que o mundo está prestando atenção em cada uma das suas decisões? acha que alguém tá anotando seus erros pra te julgar? esquece. ninguém se importa. você é livre pra ser o tolo que quiser, o palhaço que sempre tenta e, quase sempre, falha. e, ironicamente, é aí que reside a verdadeira genialidade. a melhor coisa que você pode fazer é abandonar o medo de passar vergonha. abrace a idiotice. se jogue na lama, saia dela sujo, mas rindo de orelha a orelha, porque, no fim das contas, é isso que faz a viagem valer a pena.
a vida é como um prato servido por um chef desleixado, numa espelunca sem nome. vem sem aviso, sem menu, sem garantia de que você vai gostar – ou mesmo sobreviver ao que tá comendo. e é isso que a torna tão interessante. tá tudo errado? ótimo. é amargo? melhor ainda. o doce tá lá, mas misturado com um monte de coisa que você nunca pediria de propósito. e é nessa bagunça que a beleza tá escondida, esperando pra ser descoberta por quem tiver coragem suficiente de abandonar o garfo e meter a mão no prato, de verdade.
então, esquece essa história de “seriedade”, de “objetividade”, de “confiabilidade”. a única coisa confiável é que tudo vai dar errado, cedo ou tarde. e, quando der, você vai estar lá, rindo, talvez com um dente a menos e o ego amassado, mas com uma história pra contar. e é isso que vale. se você não tá disposto a sujar as mãos, a comer o prato mais suspeito do menu, então pode pegar seu bilhete de volta e ir pra casa, porque você tá perdendo a melhor parte da viagem.