
ah, a meditação. aquela arte sublime de sentar em posição de lótus, fechar os olhos e esperar que os pensamentos fluam por você como se fossem hóspedes não convidados. o grande truque é perceber que até o ato de pensar “ah, estou meditando!” já é só mais um pensamento intruso, um vagabundo qualquer que apareceu pra te lembrar que você ainda tá preso na sua própria cabeça.
o mundo espiritual, zen, essa história de desligar a mente – parece que as pessoas pensam que vão sentar e, de repente, vão atingir o nirvana e ver a face de buda sorrindo. mas, na real, o que acontece? você fecha os olhos e é bombardeado por um desfile de ideias inúteis. do nada, você tá relembrando aquele troco errado que você recebeu no mercadinho há cinco anos. e então você se flagra ali, no meio do “eu estou meditando”, achando que finalmente tá pegando o jeito. mas, surpresa: esse pensamento também é só mais um troço inútil.
meditar é, essencialmente, o ato de deixar que tudo que cruza a sua mente – a lista de compras ou a vontade de comer um cheeseburger – venha, e vá embora. sem dar bola. como se fosse um filme péssimo de sessão da tarde passando na sua frente. você não tá ali pra assistir com atenção; tá ali pra deixar que as cenas rodem sem a menor interferência. no final, você saca que meditação não é sobre calar a mente. é sobre aceitar que a mente nunca cala, mas que você pode escolher ignorar as idiotices que ela fica sussurrando.
então, medite, mas não se iluda. você não vai parar de pensar, só vai se cansar de dar bola. e isso já é um baita progresso. bem-vindo ao verdadeiro zen.