
felicidade. essa palavrinha mágica que todo mundo adora jogar na conversa, como se fosse a solução final, o santo graal, o motivo para sair da cama todo dia. parece que ser feliz virou o único objetivo de vida aceitável, né? mas, honestamente, a felicidade virou uma espécie de culto moderno, um tipo de obrigação social disfarçada de sonho. algo que te dizem que precisa ser alcançado, mas que ninguém realmente sabe o que significa. “só faça o que te faz feliz!” dizem, enquanto vendem a última novidade que, supostamente, vai te deixar mais perto desse paraíso utópico. sabe o que isso realmente significa? vender mais uma bobagem que você não precisa.
e o mais curioso é que, por mais que todo mundo fale sobre felicidade, ninguém parece entender que ela é, no fundo, um artifício. você a persegue, acha que a alcançou e, puff, ela desaparece. porque a vida real não é um eterno comercial de margarina, com sorrisos brilhantes e dias de sol sem fim. a vida é uma mistura de tédio, frustração, pequenos momentos de alegria, e uma série de absurdos que você precisa aguentar entre um intervalo e outro. mas, claro, isso não encaixa bem na narrativa da busca incessante pela felicidade, não é?
veja bem, ser feliz o tempo todo seria uma forma de tortura. só que ninguém te conta isso. as pessoas preferem te fazer acreditar que existe um estado de euforia permanente, onde tudo faz sentido, e você flutua por aí como se a gravidade não existisse. mas a verdade é que felicidade constante seria um desastre. viver sem os altos e baixos, sem os momentos de dor e desconforto, seria uma vida sem profundidade. sem nada que te desafie ou te faça crescer. quem quer uma vida plana, sem nuances?
o problema é que a sociedade te empurra essa ideia como se fosse um dogma. “se você não está feliz, tem algo errado com você.” claro, porque todo mundo sabe que a vida real é um parque de diversões, certo? mas ninguém te diz que talvez o problema esteja justamente nessa obsessão com a felicidade. que, talvez, a verdadeira paz esteja em aceitar que nem tudo tem que ser incrível o tempo todo. que é perfeitamente normal não se sentir nas nuvens o tempo inteiro.
felicidade, se você parar para pensar, é mais uma série de pequenos momentos do que uma grande conquista. é o alívio depois de resolver um problema que te atormenta há semanas. é o silêncio no final de um dia barulhento. é um breve suspiro de tranquilidade entre dois momentos caóticos. e, muitas vezes, você só percebe que foi feliz depois que o momento já passou.
então, se alguém te perguntar se você é feliz, talvez a melhor resposta seja: feliz, como? o tempo todo? claro que não. porque ninguém é. e quem finge ser, provavelmente está apenas se enganando ou tentando te vender uma fórmula mágica que, no final das contas, não passa de fumaça. e sabe de uma coisa? aceitar isso é a coisa mais próxima de felicidade que você vai encontrar.