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2024

charles schulz

ah, charles schulz, com sua sutileza genial e suas tirinhas fofas, jogando uma bomba atômica política numa carta em 1970, como quem não quer nada. ele basicamente olhou para o futuro, para nós, e disse: “boa sorte com essa merda que vocês estão criando”. cara, ler isso hoje é como ouvir uma gravação profética direto do túmulo.

essa coisa de “american virtues” é ouro. quer dizer, tem algo mais hipócrita do que esse papo de virtude? quem grita mais alto sobre patriotismo e moralidade normalmente é quem tá no fundo do poço ético. schulz sacou isso na época, enquanto o resto do mundo ainda lambia os pés de madeira dos “líderes” e seus discursos vazios de grandeza nacional. e hoje? hoje é a mesma coisa, só que agora eles têm redes sociais e memes patrióticos pra reforçar a estupidez coletiva.

o verdadeiro toque de mestre, claro, é quando ele lembra que a força de uma nação tá no jeito que ela trata seus menores, suas minorias. radical, né? não em 2024, mas no contexto de 1970, onde proteger minorias era praticamente um insulto à ideia de “grandeza americana”. e aqui estamos, meio século depois, e o pessoal ainda não entendeu. o grito pela “moralidade” e “tradição” ainda vem das mesmas bocas que cospem no conceito mais básico de democracia.

ele era um visionário. e a gente, francamente, continua tropeçando na mesma pedra, só que agora a gente tropeça enquanto posta selfie.