
ah, o ego. essa massa inflada de ilusões que carregamos com a mesma dignidade de quem equilibra um prato de sopa quente na cabeça. é o grande espetáculo de circo interno, onde somos, ao mesmo tempo, o palhaço desajeitado e o público aplaudindo de pé. o ego adora nos fazer acreditar que o mundo gira ao redor de nossas vontades e caprichos, como se fôssemos uma mistura de messias com estrela de hollywood, destinados a receber louvores e tapinhas nas costas por absolutamente tudo.
mas o ego é traiçoeiro, uma espécie de parasita que alimentamos com elogios vazios e vitórias insignificantes, enquanto ele suga nosso discernimento e capacidade de autocrítica. não confunda, claro, o ego com a autoconfiança — essa coisa que você precisa para não ser esmagado pela vida. o ego, por outro lado, é aquele amigo tóxico que te convence que ser mediano é uma afronta pessoal. ele nos dá uma ideia exagerada de importância, como se cada decisão nossa fosse mudar o curso da humanidade. sério, quem te disse que tua opinião vale tanto?
no fim das contas, o ego é um truque sujo que nos faz sentir invulneráveis, invencíveis, mas também é o que nos derruba com mais força quando a realidade finalmente resolve entrar pela porta e esfregar sua crueza na nossa cara. é esse ciclo patético de inflar, estourar, remendar e inflar de novo. achamos que somos especiais, mas no fundo somos apenas mais uma barraca de cachorro-quente na grande avenida da vida. ego é essa necessidade constante de validação, como uma criança de cinco anos que precisa ouvir “parabéns” por amarrar o cadarço, mesmo que tenha feito um nó horrível.
então, que tal desligar um pouco esse megafone interno, esse grito constante de “eu, eu, eu”? talvez, só talvez, a vida não gire em torno da tua grandeza inflada. abraça tua insignificância com carinho — pode ser libertador.