
eu aprendi a odiar microgerenciamento da pior maneira possível: sendo vítima dele. e, em um momento de pura hipocrisia, também sendo o carrasco. sim, eu já fui aquele babaca que achava que sabia melhor que todo mundo, que acreditava que, se eu não estivesse no controle, tudo iria desmoronar. spoiler: tudo desmoronou mesmo. e eu mereci cada pedaço desse colapso.
quando você é microgerenciado, é como se alguém estivesse o tempo todo cutucando sua costela com um garfo. você não consegue respirar, não consegue pensar, não consegue fazer nada sem que alguém esteja ali, em cima de você, dizendo como você deveria fazer. e o pior? você começa a acreditar que talvez eles estejam certos. talvez você seja realmente incompetente. talvez você precise de alguém para te dizer como respirar, como andar, como existir. é uma merda. e eu sei disso porque já estive dos dois lados dessa equação podre.
mas vamos falar sobre quando você é o microgerenciador. ah, sim, eu já fui esse cara. eu já fui aquele chefe insuportável que achava que sabia tudo, que acreditava que, se eu não estivesse no controle, o mundo iria acabar. e adivinha? o mundo não acabou. mas a minha sanidade quase foi pro saco. porque microgerenciar não é só desgastante, é também incrivelmente ineficiente. você gasta tanto tempo tentando controlar cada detalhe que acaba perdendo o foco no que realmente importa. e, no final, tudo desmorona, porque sempre desmorona, e você fica lá, olhando para o caos que criou, se perguntando: “onde foi que eu errei?”
a resposta é simples: você errou em achar que poderia controlar tudo. porque a verdade é que você não pode. ninguém pode. a vida é caótica, imprevisível e cheia de variáveis que estão completamente fora do seu controle. e tentar microgerenciar é como tentar domar um furacão com uma rede de pesca. não só é impossível, mas também te deixa com a sensação de que você é um completo idiota por ter tentado.
e, no entanto, nós continuamos tentando. porque, no fundo, nós somos criaturas de hábitos, e microgerenciar é um hábito difícil de quebrar. é como fumar, só que pior, porque em vez de destruir só o seu pulmão, você destrói também a paciência de todo mundo ao seu redor. mas, ei, pelo menos você pode dizer que tentou, certo? ou melhor, que falhou gloriosamente. e no fim das contas, não é disso que a vida se trata? falhar, aprender na dor e, com sorte, não repetir o mesmo erro no dia seguinte.
então, aqui vai o meu conselho, vindo de alguém que já foi microgerenciado e já tentou microgerenciar: não faça isso. não seja aquele chefe chato, aquele colega insuportável, aquele controlador de merda. confie nas pessoas ao seu redor. delegue. deixe as coisas fluírem. porque, no final do dia, o mundo não vai acabar se algo der errado. e, se acabar, bem, pelo menos você não vai ser o único culpado.
e se você ainda está pensando em microgerenciar, aqui vai um exercício mental: imagine que você está em um bar, tomando uma cerveja gelada, e alguém chega do seu lado e começa a te dizer exatamente como você deve beber. “não beba tão rápido!” “cuidado com o golinho!” “não esquece de olhar a espuma!” como você se sentiria? provavelmente, você mandaria essa pessoa ir tomar no cu. e, no entanto, é exatamente isso que você faz quando microgerencia. você é aquele cara chato do bar, só que no ambiente de trabalho. e, acredite, ninguém gosta daquele cara chato do bar.
então, pare. respire. solte as rédeas. porque, no final das contas, a vida é muito curta para ser gasta tentando controlar cada mínimo detalhe. e, se você ainda não aprendeu isso, bem, talvez você precise de mais algumas doses de dor para entender. mas, ei, pelo menos você vai ter uma boa história para contar. ou, pelo menos, uma desculpa para tomar mais uma dose daquela bebida forte que você tanto gosta.
bon appétit, meu amigo. e boa sorte. você vai precisar.