
horóscopo. essa maravilha cósmica que sobreviveu a impérios, religiões, revoluções industriais e ao ceticismo irritante dos que acham que tudo na vida precisa ser comprovado por um homem de jaleco segurando uma prancheta. você pode rir, pode torcer o nariz, pode até tentar refutar com gráficos e estudos revisados por pares, mas a verdade é que, enquanto você se preocupa em estar certo, eu estou aqui, me divertindo muito mais, deixando que os astros ditem o ritmo do meu dia.
porque acreditar em horóscopo não é sobre prever o futuro… se eu quisesse previsibilidade, trabalharia com planilhas. é sobre algo muito mais interessante, é dar sentido ao caos. é sobre entender que o universo é um lugar absurdo, cheio de variáveis fora do nosso controle, mas que, de alguma forma, faz todo sentido quando você percebe que plutão retrógrado pode, sim, ser responsável pelo seu inferno pessoal.
e me poupe do papo furado de “não tem comprovação científica”. grandes coisas na vida não têm. amor, por exemplo. saudade. aquele instinto que te faz pegar um caminho diferente sem motivo aparente e, no fim, perceber que evitou um desastre. a gente não vive de equações, a gente vive de histórias, e o horóscopo é uma das melhores que já inventaram.
e que história! os signos são arquétipos universais, personagens perfeitos de um drama que se repete desde que o ser humano olhou para o céu e decidiu que, sim, aquelas luzinhas devem significar alguma coisa. e como não acreditar? como não ver um pouco de si mesmo naquele leonino metido, naquele escorpiano vingativo, naquele aquariano que acha que vive num planeta próprio? é pura mitologia moderna, e mitologias, meu amigo, duram porque fazem sentido.
o que eu mais gosto no horóscopo? ele te dá permissão para ser quem você já é. te dá um enredo para suas falhas e suas glórias. você não é teimoso, você é taurino. não é impulsivo, é ariano. não é um desastre emocional, é só um pisciano perdido. e, convenhamos, isso é muito mais divertido do que passar a vida tentando se encaixar no molde frio e sem graça da “racionalidade absoluta”.
então, enquanto os céticos seguem por aí, obcecados em desmontar qualquer coisa que não consigam pesar ou medir, eu continuo aqui, lendo meu mapa astral, esperando o próximo eclipse e aceitando que, sim, mercúrio retrógrado pode ter ferrado meu dia. e sabe de uma coisa? eu gosto assim.
porque no fim das contas, o horóscopo não precisa da sua aprovação. ele estava aqui muito antes de você nascer e vai continuar existindo muito depois que você se for. reis consultavam astrólogos antes de ir para a guerra, navegadores olhavam para as estrelas para não morrer no meio do oceano, e hoje eu vejo meu mapa astral antes de marcar uma reunião importante. progresso? talvez. mas o princípio é o mesmo, entender que há algo maior, algo além do nosso controle, guiando esse espetáculo absurdo que chamamos de vida.
e mesmo que tudo isso seja uma grande brincadeira cósmica, e daí? a vida já é séria demais, cheia de boletos, reuniões sem sentido e tráfego infernal. acreditar que marte pode estar influenciando minha paciência ou que a lua cheia tem algo a ver com meu sono ruim é apenas um jeito mais interessante de encarar o inevitável. se você prefere culpar a biologia, a economia ou algum outro fator “cientificamente comprovado”, vá em frente. mas eu prefiro pensar que os astros têm um senso de humor perverso e que, de vez em quando, decidem sacudir as coisas só para ver no que dá.
e sejamos honestos, é impossível não se identificar com pelo menos uma descrição de signo. até o mais cético, no fundo, já leu um horóscopo que bateu tão certo que ele teve que fingir que não viu. “ah, mas é tudo generalista”, dizem. claro que é, gênio. assim como a vida. tudo pode ser interpretado de mil maneiras, tudo pode fazer sentido se você souber olhar direito. e, convenhamos, se você acha que ler um mapa astral é ilusão, mas acredita que o mercado financeiro é previsível, talvez seja hora de revisar suas crenças.
o mais genial do horóscopo? ele te dá um álibi universal para ser um ser humano contraditório e caótico, porque, adivinha só, o universo também é. então, sim, talvez eu seja uma bagunça emocional, talvez eu tenha mudado de ideia cinco vezes hoje, talvez eu tenha acordado com um humor impossível. mas não é culpa minha, é culpa da conjunção astral. e eu não poderia estar mais feliz com isso.