
história. o que é isso, afinal? um monte de gente morta fazendo coisas que a gente finge que importam? ou um punhado de versões convenientes, reescritas, editadas e recicladas até que pareçam algo remotamente aceitável para o presente? porque sejamos honestos, a história nunca foi sobre verdade. foi sobre poder. sobre quem pode contar e quem tem que calar a boca. sobre quem pode escolher as palavras e quem é esmagado por elas.
e tem esse papo de que a história se repete. que piada. se repetisse, talvez aprendêssemos alguma coisa. mas não, a história se reinventa, se adapta, se veste com novas roupas e finge ser diferente. a gente gosta de se enganar. roma caiu porque virou um antro de corrupção, gula e hedonismo? legal. mas ninguém menciona que foi porque sua economia entrou em colapso e os bárbaros estavam cansados de levar porrada. a revolução francesa foi sobre liberdade, igualdade, fraternidade? bacana. mas e as cabeças rolando na guilhotina? e os milhares de camponeses que continuaram fodidos enquanto uma nova elite assumia o poder?
história é a arte de contar mentiras de maneira tão sofisticada que acabamos acreditando nelas. um jogo de poder, um roteiro escrito pelos vencedores e engolido sem mastigar pelos idiotas que vêm depois. não tem nada de nobre, nada de justo, nada de imparcial. é um circo onde os palhaços somos nós, batendo palmas para versões cuidadosamente filtradas do passado, enquanto os verdadeiros arquitetos da desgraça já estão planejando o próximo ato.
e o mais patético? a gente acha que história é sobre fatos. sobre o que realmente aconteceu. mas quem decide o que realmente aconteceu? quem escolhe o que entra nos livros, quais monumentos são erguidos, quais nomes são celebrados e quais são apagados? quem tem o poder de transformar um massacre em uma conquista? de fazer um ditador parecer um líder visionário? de pintar uma pilha de corpos como um sacrifício necessário?
pegue qualquer momento histórico e olhe além da narrativa polida. os grandes impérios? parasitas vorazes que sugaram tudo ao redor até colapsarem sob o próprio peso. os heróis nacionais? muitas vezes apenas os que mataram mais e sobreviveram para contar a história do jeito que quiseram. as revoluções? tantas vezes um ciclo vicioso onde os oprimidos derrubam os opressores só para assumirem o trono e repetirem tudo de novo, só que com um novo slogan. e o progresso? uma palavra bonita para encobrir o fato de que a humanidade avança tropeçando, empurrada por ganância, arrogância e, ocasionalmente, pura estupidez.
achamos que aprendemos com o passado, mas tudo o que fazemos é reciclá-lo, trocando os figurinos e os nomes dos personagens. trocamos reis por presidentes, impérios por corporações, exércitos por algoritmos. os métodos mudam, mas o jogo é o mesmo. controle, dominação, narrativa. e nós, os otários, continuamos a acreditar que a história é algo que acontece com os outros, lá atrás, em livros didáticos, sem perceber que estamos vivendo dentro dela, sendo manipulados pelas mesmas velhas estratégias.
no final das contas, história não é sobre o que foi. é sobre o que nos fazem acreditar que foi. e se você acha que sabe a verdade, parabéns… você já caiu no truque.