
eu criei uma parada. e foi foda. dessas que tu termina, olha e pensa… “eu sou bom pra caralho.” não aquele bom de linkedin, sabe? mas o bom suado, cheio de tesão e de vísceras. o tipo de bom que dá vontade de acender um cigarro e contemplar o caos da humanidade por meia hora. e aí, justo nessa hora, quando a alma tá vibrando numa frequência meio jazz sujo de nova orleans, vem a tentação maldita… contar pra alguém.
mas eu aprendi. aprendi da forma mais amarga possível… tipo pedir um steak tartare num boteco que só serve calabresa acebolada. tu mostra algo incrível e o outro responde com um “ah legal…” e pronto. a tua obra-prima vira figurante no episódio piloto da indiferença alheia. não importa que você tenha sangrado ideia, suado detalhe, moldado aquilo com as suas mãos de criador embriagado. pra quem não tem fome, até caviar parece ração.
então agora eu espero. 24 horas. é o meu ritual. meu jejum emocional. minha maratona de autoorgulho. crio algo e fico em silêncio. deixo ela crescer dentro de mim antes de soltar pro mundo. porque o mundo, meu amigo… o mundo é um restaurante self-service… muita opinião sem tempero e pouca fome de verdade.
e não é sobre esconder. é sobre proteger. sobre saborear a própria genialidade antes que alguém tente enfiar ketchup nela. é sobre saber que, às vezes, o melhor público que você pode ter é você mesmo… de ressaca, pelado e orgulhoso diante do espelho, encarando o que criou e dizendo… “caralho, eu fiz isso mesmo.”
e se depois de 24 horas ainda parecer brilhante… aí sim, talvez eu conte. talvez.