
de todas as corridas que corri, incluindo as maratonas e ultramaratonas, imediatamente após a corrida, me limpo, faço o que preciso para me certificar de que estou bem, e volto para a pista para torcer pelas outras pessoas. porque são as pessoas que chegam tarde na corrida que eu acho mais inspiradoras.
qualquer um pode ficar animado com os vencedores, com os que cruzam a linha de chegada em tempo recorde. mas a verdadeira alma da corrida está naqueles que chegam tarde. os que, apesar da dor, da exaustão e das adversidades, continuam se movendo. esses são os heróis desconhecidos, os que realmente capturam o espírito humano.
não é sobre ser o mais rápido ou o mais forte. é sobre perseverança. é sobre nunca desistir, mesmo quando cada fibra do seu ser está implorando para parar. é sobre aquela pessoa que pode estar lutando contra suas próprias batalhas pessoais, mas ainda encontra a força para colocar um pé na frente do outro e continuar.
é fácil aplaudir os campeões. mas os verdadeiros guerreiros, aqueles que me inspiram a cada passo, são os que cruzam a linha de chegada quando a multidão já começou a ir embora. os que terminam a corrida quando ninguém mais está assistindo. esses são os que me lembram por que começamos a correr em primeiro lugar.
então, sim, eu volto para a pista. porque quero ser uma voz de encorajamento para aqueles que precisam ouvir. quero que eles saibam que sua jornada importa, que cada passo que dão é um testemunho de sua força e determinação. e no final, são essas histórias que ficam gravadas na minha memória, muito mais do que qualquer recorde ou troféu.
para mim, a corrida nunca termina na linha de chegada. é ali, entre os últimos a chegar, que encontro a verdadeira inspiração.