
sou oldschool, e talvez o que mais gosto nisso é que sou fã das coisas que foram feitas para durar. enquanto o mundo inteiro parece obcecado por gadgets que vão quebrar na próxima atualização de software, eu ainda carrego meu iPod como um troféu. sabe por quê? porque quando coloco meus fones de ouvido, ouço música de verdade, sem um algoritmo tentando adivinhar o que eu quero ouvir a seguir. é só eu, minhas músicas e aquele som impecável que simplesmente não se encontra em qualquer aparelho moderno.
e não é só o iPod. sou do tipo que ainda ama uma boa câmera de filme. há algo de mágico em capturar uma imagem e não ter a menor ideia de como ela vai sair até que o filme seja revelado. não tem aquela gratificação instantânea que a fotografia digital te dá, mas tem uma recompensa muito maior: o prazer de criar algo com as próprias mãos, de estar presente no momento, sem a ansiedade de conferir o resultado a cada clique. e mais importante, essas câmeras foram feitas para durar, para sobreviver ao tempo, diferente dos aparelhos descartáveis de hoje.
é como um bom relógio mecânico. enquanto a maioria das pessoas hoje está preocupada com quantos passos deu ou com quantas notificações ignorou, eu estou aqui, admirando o tique-taque constante de algo que foi criado para fazer apenas uma coisa: marcar o tempo com precisão, sem distrações, sem frescuras. e o melhor? ele vai continuar funcionando, mesmo depois de eu já ter partido.
e talvez seja isso que me define como oldschool. não é que eu seja avesso ao novo, é que eu tenho um amor profundo pelo que foi feito com intenção, com cuidado, com a ideia de que deveria durar. em um mundo onde tudo é projetado para se desgastar rápido, onde o efêmero é a regra, há algo de subversivo em escolher o que é sólido, o que não cede à pressão da obsolescência programada.
então, sim, sou oldschool. e enquanto o resto do mundo se deixa levar pela última tendência, eu fico aqui, fiel às minhas escolhas. porque, no final das contas, prefiro qualidade à quantidade, autenticidade ao brilho vazio da novidade, e a satisfação de saber que estou cercado por coisas que, assim como eu, resistem ao tempo. e se isso incomoda, ótimo. quer algo que dure? você vai ter que buscar no passado, porque o futuro, ao que parece, não foi feito para durar.