
ser sensível num mundo que te cobra ser imbatível é como viver no limite de um desfiladeiro, esperando o momento de despencar. a vida te exige estar “no seu melhor” o tempo todo, mas ninguém fala sobre o que acontece quando o seu melhor é só um rascunho amassado de você mesmo. tá todo mundo preso nessa narrativa de superação, como se todo dia fosse uma maratona. mas, às vezes, levantar da cama já é o equivalente a escalar o everest.
e sabe o que é pior? quando você finalmente admite que a cabeça não está no lugar, que a saúde mental está caindo aos pedaços, as pessoas olham de lado, como se isso fosse um capricho. ser vulnerável? é quase um palavrão. você deveria ser uma máquina de criação, sempre ligada, sempre brilhando. mas ninguém quer falar sobre o preço que isso cobra.
você já notou como o mundo do conteúdo, da criação, da arte, é uma máquina insaciável? tem que ser mais, tem que ser melhor, e tem que ser agora. como se a criatividade fosse um botão que você aperta e pronto: tudo flui. o que ninguém te diz é que essa cobrança constante destrói. porque a vida real não tem nada a ver com o que você vê nas redes. e a verdade é essa: às vezes, você não está bem, e isso precisa ser dito. não pra causar choque, mas pra lembrar todo mundo que você é humano. e, sim, é um alívio perceber que você não é o único.
admitir que não está tudo bem não é fraqueza. é uma maneira de puxar o freio de mão antes que você queime o motor. é colocar as cartas na mesa e dizer: “ei, eu sou mais do que aquilo que vocês veem”. e acredite, isso é necessário. porque, enquanto você finge estar sempre em alta performance, sua mente vai desmoronando aos poucos, e ninguém vê. ou pior, ninguém se importa.
é por isso que, se você está passando por essa, fale. as pessoas precisam saber que, por trás de cada post, cada vídeo, cada ideia, tem alguém que também quebra, que também se cansa. e pra quem consome essa arte, um lembrete: criadores não são máquinas. eles merecem ser respeitados pelo que são, não só pelo que produzem.