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2024

quem você é sem seu crachá?

vamos falar sobre isso: o crachá. esse pequeno pedaço de plástico que as pessoas carregam com tanto orgulho, como se fosse uma medalha de honra, um distintivo de quem elas são. é quase patético, pra ser honesto. você não é seu crachá, mas muita gente se ancora nele como se fosse o único sinal de relevância que têm. o nome da empresa estampado ao lado de um cargo pomposo é o que parece dar sentido à vida de muita gente. mas me diz, o que acontece quando você tira o crachá? quando você sai daquele escritório e é só você, sem títulos, sem cargos, sem o peso daquele nome corporativo?

no mundo de hoje, o crachá virou uma espécie de passaporte para o valor pessoal. se você não tem um cargo de chefia ou uma empresa famosa estampada ali, parece que você não tem peso. e isso é simplesmente ridículo. você realmente acha que um título te define? que o fato de você ser gerente, diretor, ou sei lá o quê, é o que determina quem você é no fundo? é essa a medida de sucesso que você decidiu abraçar? porque, se for, preciso te dizer: você está jogando um jogo que, no final, você vai perder. títulos vêm e vão. empresas contratam e demitem. e aí, quando tudo isso acabar, quem é você sem o seu crachá?

a sociedade se agarrou tanto à ideia de que o trabalho é a única coisa que define nosso valor que esquecemos o básico: quem somos além disso? quais são os seus valores? o que você realmente acredita? ou será que você só sabe repetir a missão e os valores da empresa que você trabalha, como se fossem seus? spoiler: não são. o crachá, o cargo, o status… isso tudo é temporário. o que você faz quando essa ilusão desmorona? você consegue se reconhecer no espelho, ou você é só uma extensão da empresa para a qual trabalha?

olha, não me leve a mal. trabalhar é importante, claro. ter uma carreira, crescer, conquistar — isso tudo tem valor. mas se o único valor que você se enxerga está atrelado ao seu crachá, você está vivendo uma vida limitada. uma vida onde sua identidade é terceirizada para um sistema que, no fim, vai te trocar por alguém mais jovem, mais barato, ou simplesmente porque é hora de “reestruturar.” então, por que diabos você está ancorando sua existência nisso?

as pessoas hoje em dia têm essa obsessão por status, por parecer que têm tudo sob controle. se seu cargo é grande, você deve ser importante, certo? errado. ser importante é saber quem você é quando ninguém está olhando. é ter princípios que vão além de um escritório ou de um cheque de pagamento. mas parece que estamos todos hipnotizados por essa corrida por reconhecimento profissional, como se nossa única medida de sucesso fosse o que está impresso naquele maldito crachá.

o mundo é passageiro, e cargos são ainda mais. o que vai restar no final do dia é quem você foi enquanto existiu nesse planeta. e isso, meu caro, não vai estar escrito em nenhum cartão de identificação. então, antes de se agarrar tanto ao seu crachá como se ele fosse a única coisa que te faz relevante, talvez seja hora de se perguntar: quem você é de verdade, sem ele?