
ah, os novos queridinhos do mundo corporativo. se os termos antigos já eram ruins, os modernos são um atentado à inteligência humana. “pivotar”? me explica isso, sério. pivotar é basicamente quando a empresa percebe que tá afundando mais rápido que o titanic e decide mudar de direção, mas ao invés de dizer “estamos ferrados”, eles dizem “estamos pivotando”. como se isso fosse uma jogada genial e não um tapa-buraco desesperado.
e aí vem o famigerado “escalável”. tudo agora tem que ser escalável. o café que você toma, o banheiro que você usa, até a forma como você respira tem que ser escalável. ninguém mais pode só fazer o trabalho, não. tem que ser algo que cresça exponencialmente, de preferência com o mínimo esforço da sua parte. é o sonho de todo CEO preguiçoso que quer enriquecer enquanto faz absolutamente nada. “nossa solução é super escalável!” — é, e a sua capacidade de encher o saco também é, aparentemente.
ah, mas nada supera o queridinho de todos: “growth hacking”. o que isso significa? ninguém sabe ao certo. é uma mistura de marketing agressivo, truque barato e sorte de principiante, mas colocaram um nome descolado pra ver se colava. você basicamente pega um estagiário mal pago, joga ele num porão, e fala: “me faça crescer 300% até sexta-feira”. se ele consegue, parabéns, ele virou um growth hacker. se não, você manda ele embora e tenta com outro. o importante é manter a ilusão de que você está “hackeando o crescimento”. spoiler: você não está.
e claro, não posso esquecer do “agile”. o ágil, que de ágil não tem nada. é só uma desculpa para reuniões diárias de 15 minutos que nunca duram 15 minutos. “sprints” que deveriam ser maratonas e retrospectivas que mais parecem sessões de terapia de grupo, onde todo mundo finge que o projeto está indo bem, enquanto o caos reina nos bastidores. mas não se preocupe, está tudo no “pipeline”.
ah, o “burnout”. não, pera, esse não é um termo da moda. é só o que você vai sentir depois de tentar entender esse emaranhado de palavras vazias que não servem pra nada além de criar a ilusão de que você está trabalhando numa startup inovadora e não numa máquina de triturar almas.
então, se antes tínhamos a velha guarda da “sinergia” e do “core business”, agora temos esses novos brilhos nos olhos de todo chefe de terno slim fit. a diferença? nenhum. a mesma m****, só que com um gloss de “inovação disruptiva”.