Categorias
2024

meu último texto de 2024

a verdade nua e crua é que o mundo ao nosso redor, tudo o que você ama ou odeia, foi feito por pessoas comuns. não gênios, não deuses. pessoas normais. gente cheia de medos, dúvidas, dívidas e, muitas vezes, bêbada ou desesperada. o hambúrguer que você idolatra? criado por alguém que provavelmente tinha a mesma inteligência emocional de um tijolo e só queria pagar as contas. aquele filme que você acha que mudou sua vida? um chute no escuro, reescrito tantas vezes que o roteirista nem sabia mais o que estava fazendo. o prédio onde você vive? uma ideia de alguém que, com sorte, não era incompetente demais pra calcular o peso das vigas.

e ainda assim, essas pessoas fizeram. é isso que me fascina e me dá raiva ao mesmo tempo. elas fizeram. e você? você está aí, sentado, olhando para o mundo como se precisasse de uma permissão oficial pra começar algo. como se houvesse um comitê divino aprovando quem pode ou não criar algo significativo. odeio te dizer isso, mas não há comitê. não há gatekeepers. o que há são pessoas que fizeram porque decidiram fazer. ponto final.

e aqui está a coisa que realmente me dá nos nervos: você sabe disso. você sabe que ninguém que fez algo incrível começou sabendo o que estava fazendo. ninguém. todo mundo começou como um amador, tropeçando, falhando, aprendendo no processo. mas, de alguma forma, você ainda se convence de que não é o momento certo. como se o universo fosse parar de girar e alinhar todas as peças só pra você.

deixa eu ser claro. o universo não liga. ele nunca ligou. o mundo é cheio de gente tentando, falhando e, às vezes, acertando. e, enquanto isso, você fica sentado, acumulando desculpas. “não tenho tempo”. “não sou bom o suficiente”. “não tenho dinheiro”. e a minha favorita, “já tem gente fazendo isso”. claro que tem. sempre vai ter. mas quer saber? ninguém vai fazer do jeito que você faria.

o que me mata é como você consegue romantizar tanto o medo de começar. porque é isso que é, não é? medo de falhar, de parecer idiota, de descobrir que você não é tão especial assim. deixa eu quebrar essa ilusão pra você: você vai falhar. você vai parecer idiota. e, com sorte, você vai aprender alguma coisa com isso.

sabe o que é pior do que falhar? nada. absolutamente nada. a inação é o verdadeiro fracasso. ficar parado, assistindo o mundo girar, esperando por um momento mágico que nunca vai chegar. porque enquanto você está aí, sonhando com o que poderia ser, alguém está fazendo. não porque é mais talentoso ou inteligente que você, mas porque decidiu agir.

e essas promessas de ano novo? uma piada de mau gosto. “em 2025 eu vou…” vai nada. você sabe disso. promessas de ano novo são só uma maneira bonita de adiar o inevitável. é como comprar um bilhete de loteria emocional. você acha que está investindo em algo, mas no fundo sabe que nunca vai dar em nada.

seja honesto. o que realmente te impede? porque não é a falta de tempo, talento ou recursos. é você. é a sua mentalidade. é o medo paralisante de descobrir que você não é tão bom quanto achava. mas aqui está a grande ironia: ninguém é. ninguém começa bom. ninguém começa pronto. mas o que diferencia quem faz e quem não faz é simples. aqueles que fazem têm coragem de começar, mesmo sabendo que podem fracassar.

então, por que não? por que não fazer algo? algo que te assuste, que te desafie, que seja seu. porque, no final das contas, é melhor ser lembrado por algo imperfeito do que ser completamente esquecido por não ter feito nada. a vida não é um ensaio. é agora ou nunca. e a pergunta que você deveria se fazer não é “será que eu consigo?”. é “o que diabos estou esperando?”.