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2024

times square: a maior pegadinha da história da humanidade

times square é o pior lugar do mundo. uma aberração arquitetônica onde a cidade mais interessante do planeta se transforma em um parque temático de mau gosto para turistas desavisados. tudo ali é um golpe. tudo ali custa o dobro do que deveria. tudo ali brilha o suficiente para te cegar, mas nada tem alma. é um espetáculo de consumo frenético, onde multidões se arrastam como zumbis, esbarrando em você sem nem perceber, enquanto perdem tempo e dinheiro em experiências vazias que parecem mágicas no momento, mas que depois deixam apenas um gosto amargo na boca.

se por algum infortúnio eu precisar estar perto dessa calamidade urbana, prefiro andar até a 115th street, sentar num banco de praça qualquer e observar um grupo de velhos jogando dominó com expressões de quem já viu tudo nessa vida. prefiro comprar um café numa bodega onde o dono me trata com o mesmo desdém que eu trato times square. prefiro debater sobre o preço da gasolina com um taxista mal-humorado que se recusa a usar gps. qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa, é melhor do que pisar naquele circo de neon e desespero.

agora, senta e se prepara, porque eu vou te dar 30 motivos detalhados para nunca mais desperdiçar um segundo sequer naquele zoológico de idiotas.

1. a bandeira de neon de nova york: o símbolo supremo da confusão coletiva

você já viu. eu já vi. todo mundo já viu. aquela maldita bandeira de neon, gigantesca, piscando como se tivesse algo importante a dizer. e, no entanto, ninguém sabe o que ela significa. turistas param em frente, tiram fotos, fazem poses dramáticas, postam no instagram com legendas emocionadas como se estivessem diante da estátua da liberdade. só tem um detalhe… ninguém nunca se perguntou por quê. é só uma bandeira de neon. não marca um momento histórico, não tem um propósito, não significa absolutamente nada. mas, como times square funciona à base de distrações brilhantes, as pessoas continuam registrando essa imagem como se fosse o auge da viagem delas.

2. os mascotes falsificados: um elenco de terror em plena luz do dia

se um dia um estúdio de filmes B quiser rodar um terror psicológico sem gastar um centavo com figurino, basta montar as câmeras em times square. temos um elmo que parece ter sido resgatado de um incêndio, um homem-aranha com uma barriga de quem trocou os arranha-céus por uma dieta baseada em fast food e um minion cujo olhar vazio sugere que ele já passou por traumas que não podem ser descritos em palavras.

esses “personagens” não estão ali por amor à cultura pop. estão ali para se aproximar de você, te abraçar sem permissão e, no instante em que seu corpo encostar naquela fantasia suja, pronto, agora você deve pagar. tente recusar e observe o rosto sorridente se transformar em uma expressão de puro ódio enquanto eles te perseguem com a cobrança.

3. os caras do CD: um estudo de manipulação psicológica

esses são os mestres do golpe. eles chegam com uma abordagem amistosa, fingindo serem rappers em ascensão. “aí, mano, toma aqui, meu CD, de presente!” e você, sendo uma pessoa educada, pega o CD sem pensar. e é nesse momento que você se fode. porque agora, segundo eles, você tem que pagar. tente devolver e veja um show de indignação que poderia render um oscar. “sério, cara? tu vai desrespeitar meu trampo assim?” tente ignorar e veja eles te seguindo, insistindo, repetindo que tudo que eles querem é apoio. e se você realmente pagar, parabéns! você acaba de comprar um CD virgem que não tem absolutamente nada gravado.

4. os caras da pulseirinha: o assalto sem faca

eles aparecem sorrindo, com uma abordagem tão amigável que parece que você reencontrou um primo distante. sem pedir permissão, amarram uma pulseirinha colorida no seu pulso e dizem algo genérico como “agora você tá abençoado, irmão”. nesse instante, você já caiu no golpe. porque agora vem a cobrança. e se você tentar recusar, eles mudam de tom. o sorriso desaparece, a expressão fica séria. “pô, mano, a gente tá na luta, só uma ajuda.” pronto. você acabou de pagar 10 dólares por um pedaço de barbante amarrado no seu braço.

5. os caras da plataforma giratória: a humilhação em 360°

esse golpe é novo, mas já está no topo da lista de humilhações públicas. um grupo de rapazes monta uma pequena plataforma giratória no meio da rua. eles chamam você, te convencem a subir, ligam uma música ensurdecedora (geralmente empire state of mind) e começam a filmar. você, iludido, faz poses, gira como um frango de padaria, acha que está arrasando. e então, vem a cobrança… um valor absurdo para receber um vídeo que, na verdade, você nunca mais vai assistir. tente recusar e eles começam a gritar e agir como se você fosse o ser humano mais mesquinho do mundo.

6. a loja da m&m’s: um templo para o açúcar

três andares. três malditos andares dedicados exclusivamente a vender chocolates que você encontra em qualquer farmácia da esquina. só que aqui, em vez de pagar um dólar, você paga 20 por um saquinho de cores personalizadas. e, claro, como times square não seria times square sem uma fila completamente desnecessária, há um “muro de m&m’s” onde turistas gastam horas escolhendo cores específicas como se estivessem tomando uma decisão que mudaria suas vidas.

7. a loja da hershey’s: a experiência menos especial da sua vida

se a loja da m&m’s é um culto ao consumo sem sentido, a loja da hershey’s é a sua versão genérica e deprimente. as mesmas barras de chocolate que você pode comprar em qualquer loja de conveniência, só que aqui vendidas em embalagens um pouco maiores para justificar o preço absurdo.

8. a disney store: o campo de batalha das famílias desesperadas

o lugar onde crianças perdem a cabeça, pais perdem dinheiro e funcionários perdem a paciência. imagine um grito infantil ecoando incessantemente enquanto uma mãe tenta, em vão, convencer seu filho de que ele já tem brinquedos demais. agora imagine isso em loop infinito. essa é a disney store de times square.

9. a loja da levi’s: onde jeans comuns viram relíquias sagradas

se você já comprou uma calça jeans na vida, sabe que não há absolutamente nada de especial em uma levi’s. é um jeans honesto, funcional, sem surpresas. e, no entanto, na times square, há uma loja da levi’s que opera como se estivesse vendendo arte renascentista.

você entra achando que vai encontrar promoções. mero engano.

um vendedor aparece com um entusiasmo forçado digno de um culto religioso. “essa aqui é a nossa linha especial new york edition, feita com algodão premium e um corte exclusivo inspirado na vibe da cidade!” você pega a calça e olha para ela. é uma calça jeans normal. nada de especial, nada de edição limitada, apenas um pedaço de tecido azul costurado exatamente da mesma forma que todas as outras levi’s do planeta.

o preço? 180 dólares.

você pisca, confuso. “Mas essa mesma calça custa 60 dólares no site da levi’s.”

o vendedor sorri, imune à lógica. “sim, mas essa é a experiência de comprar uma levi’s em times square!”

e é aí que você percebe o golpe: eles estão te vendendo a experiência de ser roubado.

10. o hard rock café: um tributo à mediocridade gastronômica

quer pagar 50 dólares por um hambúrguer enquanto olha para uma jaqueta usada por um músico decadente nos anos 80? então você encontrou seu lugar.

11. o bubba gump shrimp co.: pagando caro para reviver um filme de 1994

a experiência de comer no bubba gump shrimp co. é a definição de humilhação gastronômica. um restaurante temático baseado em forrest gump, que aparentemente ainda tem força suficiente para enganar turistas ingênuos.

tudo ali é uma grande piada interna para quem acha que nostalgia justifica pagar 30 dólares por um prato de camarão congelado. os garçons são obrigados a repetir frases do filme como se fossem robôs programados para reencenar forrest gump todos os dias, para sempre. eles fazem quiz sobre o filme. quiz. sobre um filme de trinta anos atrás. e você tem que fingir que está gostando enquanto espera um prato que demorou uma eternidade para chegar e que, no final, tem gosto de traição e margarina velha.

12. os carrinhos de hot dog: uma obra-prima da trapaça nova-iorquina

o carrinho de hot dog de times square é um dos maiores experimentos de roubo ao ar livre já criados. é simples… um menu que diz “hot dog = $2”. você, cansado e com fome, pensa “finalmente, algo barato por aqui.” você pede, pega o cachorro-quente e, na hora de pagar, o vendedor te olha nos olhos e diz… “12 dólares”.

e agora? você já deu a primeira mordida. você já segurou o hot dog. a fila atrás de você cresce. turistas te olham. você não quer discutir por um hot dog. então, com um suspiro de derrota, você paga. e pronto… você acaba de ser oficialmente batizado como trouxa em nova york.

13. as filas para tirar foto com anúncios de led

há algo de perversamente fascinante em assistir um grupo de turistas esperar pacientemente na fila para tirar uma foto com um outdoor digital. sim, isso acontece. pessoas gastam tempo da viagem para registrar a imagem de uma propaganda da coca-cola piscando no meio do caos. como se, sem essa foto, o passeio não estivesse completo.

“olha, tirei uma foto com esse anúncio de uma marca de automóveis que nem vende carros no meu país!”

sim. parabéns. uma experiência inesquecível.

14. os caras que vendem ingressos falsos da broadway

se existe uma categoria de vigaristas que merece reconhecimento por sua criatividade, são os golpistas dos ingressos falsos. eles andam pelas calçadas com um crachá improvisado e um sorriso confiável. “quer ver o rei leão por metade do preço?”, perguntam. claro que você quer. quem não quer um bom desconto?

só que tem um problema. o ingresso é uma ilusão. um pedaço de papel que não vale nada. e quando você chega no teatro, descobre que, na verdade, acabou de gastar 80 dólares por um marcador de livro inútil.

15. a tkts booth: a fila da resignação coletiva

essa é uma cena clássica de times square… centenas de turistas esperando sob o sol, na chuva ou na neve, em uma fila que se arrasta como um funeral, tudo para conseguir um desconto meia-boca em ingressos de teatro.

as pessoas esperam horas. horas. para no final conseguirem um ingresso para um musical que não queriam ver, mas que compraram porque já estavam ali mesmo.

“é chicago ou mamma mia?”
“eu não queria ver nenhum dos dois.”
“mas a gente ficou duas horas na fila…”
“tá, compra logo.”

e assim nasce mais uma experiência teatral motivada pela pressão social e não pelo interesse real.

16. os entregadores de panfletos de stand-up comedy

esses caras são incansáveis. estão em todas as esquinas, tentando enfiar um panfleto na sua mão. “show de comédia hoje à noite! os melhores comediantes de nova york!”

spoiler… não são os melhores comediantes de nova york.

se você cair na cilada, vai acabar em um porão escuro, sentado em uma cadeira desconfortável, ouvindo piadas ruins de caras que parecem estar prestes a desistir da carreira. e o pior? há um consumo mínimo obrigatório. sim. você é obrigado a comprar ao menos duas bebidas, que custam o mesmo que um rim no mercado negro.

17. os turistas que caminham como se nunca tivessem usado as pernas

andar em times square é um jogo de paciência. as ruas estão sempre lotadas de pessoas que aparentemente nunca caminharam antes na vida.

há o turista-zebra, que para abruptamente no meio da calçada, fazendo com que você quase bata nele. o turista-baleia, que se move em câmera lenta, arrastando um grupo inteiro atrás de si. e o pior de todos… o turista-barreira, um grupo de cinco ou seis pessoas que caminham lado a lado, bloqueando completamente a passagem, como se fossem o elenco de um comercial de margarina.

18. os influencers dançando no meio do trânsito

é inevitável. em algum momento, você verá um influenciador tentando gravar um vídeo no meio da rua, fazendo uma dancinha ridícula para o tiktok enquanto um táxi amarelo avança lentamente, pronto para acabar com o sonho digital dessa pessoa.

e você, parado na calçada, segurando sua frustração, pensa… “será que ele merece ser atropelado?”, ok exagerei mas não irei apagar.

19. o cheiro característico de times square: lixo quente e pretzel queimado

se houvesse um perfume que capturasse a essência de times square, ele seria uma mistura de suor de turista, esgoto e aquele cheiro vagamente doce de pretzel queimado vindo de algum lugar indefinido.

não importa a estação do ano. esse cheiro está sempre lá. impregnado no asfalto, flutuando no ar como uma maldição invisível.

20. os ônibus turísticos vermelhos: uma aula de desperdício de dinheiro

esses ônibus circulam por times square o dia inteiro, cheios de turistas felizes sentados no andar de cima, ouvindo um guia entediado repetir fatos históricos meia-boca sobre a cidade.

só tem um detalhe… o trânsito não anda.

então, essencialmente, você paga 50 dólares para ficar preso no mesmo lugar, olhando para os mesmos anúncios de neon por 40 minutos enquanto um guia diz algo genérico tipo “ali está a broadway, onde os grandes shows acontecem!”.

21. a loja de souvenirs mais cara da sua vida

se você entrar em qualquer loja de lembrancinhas de times square, verá um fenômeno curioso, itens de qualidade questionável sendo vendidos por preços absolutamente criminosos.

uma camiseta “i ❤️ ny” que custa 5 dólares em qualquer outro bairro? aqui, 35 dólares.
uma mini estátua da liberdade feita de plástico vagabundo? 20 dólares.
um chaveiro que diz “new york city” e que provavelmente foi fabricado na china por centavos? 15 dólares.

e as pessoas compram. porque times square tem essa capacidade de fazer você acreditar que precisa gastar dinheiro com coisas que você nunca vai usar.

22. os caras dos retratos que não se parecem com você

esses artistas de rua têm um dom único, transformar qualquer rosto humano em um cruzamento bizarro entre um personagem de desenho animado e um suspeito de crime procurado.

você para, animado, pensando… por que não? afinal, é uma lembrança personalizada de nova york. você senta, fica imóvel enquanto o “artista” desenha com a seriedade de um cirurgião, e quando ele finalmente vira o papel para te mostrar o resultado…

você vê um ser humano genérico, com olhos esbugalhados, queixo pontudo e uma expressão completamente aleatória. nada ali se parece com você. nada.

e aí vem a melhor parte… o preço. “são 50 dólares.”

você tenta argumentar. “50 dólares? Mas você nem desenhou meu nariz direito.”

mas já era. você agora está diante de um “artista” ultrajado que começa a gritar sobre respeito ao seu trabalho. e, claro, para evitar a humilhação pública, você paga. e sai dali segurando um desenho que vai direto para o fundo da mala e depois para o lixo.

23. a loja da pele: uma homenagem sem sentido ao rei do futebol

há muitos lugares no mundo onde faz sentido abrir uma loja temática do pelé. times square não é um deles.

e, no entanto, ali está ela. firme, forte, completamente deslocada. uma loja onde você pode pagar centenas de dólares por chuteiras e camisetas autografadas.

quantos turistas alemães, canadenses ou japoneses realmente vêm a nova york pensando… preciso urgentemente comprar um tênis do pelé? absolutamente nenhum. mas a loja continua lá. porque, em times square, se uma ideia parece absurda e sem sentido, alguém vai tentar vendê-la.

24. os turistas que acreditam que jaywalking é crime

nova york é uma cidade onde atravessar fora da faixa não é apenas normal, é essencial. se você quer sobreviver aqui, precisa andar rápido, ser ágil, se jogar na rua entre os carros quando vê uma brecha.

mas em times square, os turistas congelam na calçada, esperando religiosamente o sinal de pedestres abrir, mesmo que não tenha carro nenhum vindo. eles ficam lá, parados, como se fossem explodir caso desrespeitassem a regra.

pior ainda… quando o sinal abre, eles andam lentamente, olhando para os lados como se estivessem atravessando um campo minado. enquanto isso, os nova-iorquinos já atravessaram duas ruas e pediram um café no starbucks.

25. o preço de um café ruim em times square

se você acha que 12 dólares por um hot dog é um crime, espere até pedir um café na times square.

não estamos falando de um café artesanal, moído na hora, servido por um barista que faz desenhos sofisticados na espuma do seu latte. não. estamos falando de um copo de café comum, ralo, que tem gosto de água quente com um leve toque de depressão.

e o preço? 6 dólares.

e se você pedir um cappuccino? parabéns, agora estamos na faixa dos 9 dólares. um espresso? mínimo de 5. e claro, se você cometer o erro de pedir leite de amêndoa, eles vão te cobrar um extra porque, aparentemente, leite alternativo é um luxo digno da realeza.

26. os pedestres que decidem parar e abrir um mapa no meio da calçada

não importa o quão avançada esteja a tecnologia, sempre haverá turistas em times square que param no meio da rua, abrem um mapa de papel do tamanho de um lençol e começam a girá-lo desesperadamente, tentando entender onde estão.

esse movimento provoca um fenômeno fascinante: o efeito dominó do ódio.

um nova-iorquino esbarra neles e pragueja.
outro desvia abruptamente e quase derruba alguém. um entregador de comida bufa enquanto passa por cima da calçada para escapar.

e o turista ali, impassível, analisando o mapa como se estivesse tentando decifrar os hieróglifos de uma tumba egípcia.

27. as lojas de eletrônicos que são um golpe descarado

essas lojas são fáceis de reconhecer… vitrines cheias de celulares, fones de ouvido e câmeras, sempre anunciando “PROMOÇÃO! 90% DE DESCONTO!”

parece bom demais para ser verdade? é porque é um golpe.

o truque é simples. você entra, escolhe um item com preço aparentemente baixo, vai até o caixa e… surpresa! o desconto só vale se você comprar uma garantia extra ou um acessório superfaturado.

se recusar, eles mudam o preço na hora. e quando você percebe, já pagou três vezes o valor normal por um carregador que não funciona.

28. o preço criminoso da água engarrafada

andar em times square pode dar sede. e aí você vê um vendedor ambulante, pensa “vou só pegar uma garrafinha d’água”.

aí vem o assalto… 5 dólares.

cinco dólares por água. por algo que literalmente cai do céu.

mas você está suado, cansado, desesperado. você paga. e quando dá o primeiro gole, percebe que a garrafa estava no sol o dia inteiro e a água está quente o suficiente para fazer chá.

29. os músicos que tocam a mesma maldita música sempre

há músicos incríveis espalhados por nova york. nenhum deles está em times square.

o que temos ali são artistas que tocam a mesma música repetidamente, dia após dia, esperando que turistas ingênuos joguem dinheiro no chapéu.

o repertório?

1. empire state of mind (claro)


2. new york, new york (frank sinatra, óbvio)


3. qualquer coisa do elton john, porque aparentemente “rocket man” combina com um cruzamento caótico e barulhento

se você for azarado, pode pegar um daqueles caras que tentam improvisar e começam a cantar sobre você. “hey, lady in the red dress, walking down the street!” e pronto. agora você está forçada a interagir e, no final, pressionada a dar uma gorjeta.

30. o preço absurdo para usar um banheiro decente

em qualquer outro lugar de nova york, você pode entrar em um café, comprar um café barato e usar o banheiro sem problemas. mas em times square, usar um banheiro decente é um privilégio para poucos.

opção 1: os banheiros públicos, que são um pesadelo. filas gigantescas, cheiro de guerra química e uma porta que provavelmente não fecha direito.
opção 2: entrar em um starbucks e implorar para usá-lo sem comprar nada, o que provavelmente vai te render um olhar de ódio do funcionário exausto.
opção 3: pagar. sim, pagar. há banheiros pagos que cobram 2 ou 3 dólares para te dar o direito básico de não explodir em público.

conclusão: times square é um culto e você é o sacrifício

times square não é um destino. é um golpe. é um espetáculo distorcido de luzes piscantes e promessas vazias. é um laboratório de experiências ruins onde tudo custa mais do que deveria, tudo demora mais do que o necessário, e tudo te deixa com a sensação de que você acabou de ser enganado. é um shopping center sem teto, um cassino sem fichas, um zoológico de gente perdida esbarrando umas nas outras sem saber por quê.

nada ali é real. os restaurantes são redes genéricas que servem comida congelada a preços de restaurante cinco estrelas. as lojas vendem produtos que você pode encontrar em qualquer outro lugar da cidade por um terço do preço. os artistas de rua são golpistas disfarçados. os turistas andam como se nunca tivessem usado as pernas antes. os influenciadores dançam no meio do trânsito, prontos para serem atropelados por um táxi que já desistiu de tentar escapar do inferno.

times square é uma experiência sensorial de frustração, calor humano indesejado e preços extorsivos. é um buraco negro de autenticidade, um lugar que promete algo incrível, mas só entrega fila, buzina e arrependimento.

mas… se você nunca foi, vá.

vá e veja com seus próprios olhos. caminhe entre a multidão lenta, respire o cheiro de pretzel queimado e suor de turista, tente atravessar a rua sem enlouquecer. tire sua foto na frente de um painel de neon que não significa nada. compre um souvenir superfaturado que você nunca vai usar. pague caro por um hambúrguer ruim e fique preso no trânsito dentro de um táxi bufando de ódio.

vá, sinta tudo isso, absorva cada detalhe.

e depois, nunca mais volte.