Categorias
2025

sábado

ah, sábado. o dia em que deus descansou, e com razão. porque se até uma entidade onipotente olhou pra essa bagunça chamada existência e disse “chega por hoje”, quem é você pra levantar da cama antes do meio-dia? sábado não é um dia, é um manifesto. um protesto silencioso contra tudo que exige esforço, responsabilidade ou sapato fechado.

é aquele pedaço sagrado da semana onde o tempo escorre diferente, meio bêbado, meio de ressaca, como se o universo tivesse apertado o botão de soneca da realidade. a lógica some. as refeições viram eventos aleatórios, tipo “jantar às 16h” ou “café da manhã às 19h com pizza gelada e energético”. e tá tudo certo.

a moda do sábado é o pijama manchado de café e dignidade. o dress code é “o que tiver por perto”. você tá estiloso não porque se vestiu bem, mas porque não tá nem aí. e isso, meu amigo, é atitude.

e os planos? ah, os planos. eles começam grandiosos. “vou limpar a casa, vou ler aquele livro, vou cozinhar algo incrível”. duas horas depois, você tá sentado no chão da sala, assistindo um vídeo de um texugo dançando ao som de música eletrônica, enquanto toma sorvete direto do pote com um garfo.

só no sábado o ser humano vira sua versão mais pura… um animal de sofá, com controle remoto numa mão e a consciência limpa, porque hoje não tem obrigações, só vontades.

e mesmo quando você decide sair, veja bem, uma escolha consciente de se enfiar num bar lotado, pagar caro por uma bebida aguada e ouvir alguém tocando wonderwall no violão, tudo parece mágico. porque sábado tem essa capacidade poética de transformar o banal em épico. você tá na calçada, com uma cerveja quente na mão, rodeado de gente meio suada e falando merda… e pensa: “isso aqui é viver”.

só o sábado te permite flertar com o ridículo e sair bonito. dançar mal, rir alto, comer porcaria, mandar áudio bêbado, falar com o cachorro como se ele fosse gente, e tudo isso com uma aura quase mística de “isso aqui é autocuidado”.

então não se engane. sábado não foi feito pra produzir, planejar, evoluir. sábado foi feito pra sobreviver… com charme. é o único dia em que a bagunça faz sentido, em que o caos é bem-vindo, e em que ser um pouco ridículo é não só aceitável, mas necessário.

então se joga. viva o sábado como se o mundo fosse acabar… porque no fundo, ele acaba mesmo… assim que o domingo chega com aquele cheirinho de tristeza e reprise do fantástico.