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2025

não falo de política mas hoje não deu

a cpi das apostas virou o mais novo episódio da série “como fingir que nos importamos enquanto engraxamos o ego da celebridade do momento”. e no papel principal? virgínia fonseca, a influenciadora que vende sabonete com aura espiritual, maquiagem com promessas de autoestima embalada a vácuo e, agora, um histórico inteiro de envolvimento com plataformas que faturam em cima de vício, desespero e burrice coletiva, tudo isso com um sorriso que poderia muito bem estar estampado num rótulo de xampu.

ela chegou vestida pra matar… de pena. moletom com a cara da filha, maquiagem quase nula, óculos de “me perdi na biblioteca” e aquele olhar de “sou só uma menina do interior que não entende muito bem como funciona esse negócio de política, sabe?”. mas o figurino era meticulosamente calculado. isso não foi aleatório. isso foi manual de guerra midiática nível avançado. uma jogada tão descaradamente estratégica que faria frank underwood bater palma em pé.

ela não estava lá pra ser questionada. estava lá pra desviar a atenção. e funcionou. senador pedindo selfie. parlamentar gravando vídeo com filtro de cachorro. o circo tava completo, e a palhaçada corria solta com legenda em tempo real. câmara alta, cabeça baixa, moral nenhuma. era como assistir um chef renomado servindo miojo e fingindo que é ramen artesanal, e o pior… todo mundo comendo e lambendo o prato.

e enquanto essa ópera ridícula se desenrolava, lá estava ela, explicando que não, jamais lucrou com a perda dos seus seguidores. que os contratos eram baseados em metas da empresa. e eu ali, tentando não socar a parede. porque a tal “meta da empresa” é justamente fazer o otário perder. é sugar o pouco que resta de quem já tá fodido. o objetivo é a ruína. e ela tava lá pra tornar a ruína sexy. pra embrulhar a falência em papel de presente com glitter.

e o pior, o pior, foi ela admitir, com aquela calma ensaiada de quem já viu todos os episódios de “como se livrar de uma acusação em público” que usava um app de simulação. um maldito app que finge que você tá ganhando. que mostra números bonitos. que transforma perda real em vitória de mentira. isso é fraude emocional. é estelionato psicológico em escala industrial. e ninguém nem corou.

e onde estavam os senadores? tirando foto. pedindo vídeo. fazendo sala pra estrela. era como se tivessem confundido o senado com um camarim do danilo gentili. e eu, do lado de cá, assistindo esse circo sem tenda desabar em cima de um país que já tá no chão, cuspindo sangue e pedindo pra alguém desligar o wi-fi.

essa cpi, no fundo, não tá investigando porra nenhuma. tá fazendo vitrine. tá fingindo que se importa. e enquanto isso, do lado de fora das câmeras, o povo continua perdendo tudo. vendendo o celular pra tentar recuperar o dinheiro perdido num site que a influencer favorita jurava que era sucesso garantido.

o que vimos hoje não foi política. foi propaganda. foi marketing. foi a canonização pública de uma santa de moletom que, ao invés de curar cegos, ajudou a deixá-los ainda mais cegos… só que agora viciados em apostar o que não têm pra tentar viver uma vida que só existe em story patrocinado.

o brasil é um cassino. mas não daqueles elegantes, com champanhe e roleta. é um desses de beira de estrada, com neon falhando e cheiro de mijo. e hoje, o show principal foi estrelado por quem mais entende de transformar miséria em oportunidade… a influencer fofa de moletom. a rainha da aposta moralmente terceirizada. a vendedora de sonho fake com carinha de quem nunca quebrou um prato.

e nós? seguimos aqui. apostando que um dia essa merda toda muda. e perdendo. sempre perdendo.