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2024

escreva

escrever é um exercício brutal. não é só sobre o ato de colocar palavras no papel, é sobre organizar o caos que vive na sua cabeça. e, acredite, esse caos não é só coisa de escritor. se você é designer, artista, ou qualquer pessoa criativa, escrever pode ser o que separa seu trabalho de um amontoado de boas ideias que nunca viraram nada.

mas o engraçado é que ninguém fala disso. ninguém te diz que colocar as ideias em palavras, de forma clara, é o maior teste de coerência que você pode fazer. quando você escreve, você expõe todas as falhas do seu pensamento. cada ideia mal conectada, cada detalhe que você esqueceu de pensar. e sabe por quê? porque na sua cabeça tudo faz sentido. no papel, nem tanto.

o problema é que a maioria das pessoas tem medo de expor esse pensamento cru. preferem ficar no “eu sou visual”, como se isso fosse uma desculpa para não pensar a fundo. só que o ato de escrever te obriga a ser mais profundo. é um processo de refinamento, de esculpir a pedra bruta até chegar ao essencial.

então, se você quer ser um designer melhor, pare de só acumular referências visuais. escreva. escreva sobre o que te move, sobre o que te inspira, sobre o porquê de fazer o que você faz. e, principalmente, escreva sobre o que você quer dizer com o que cria. porque a arte sem significado é só estética vazia.

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2024

manifesto aos meus amigos criadores

aos meus amigos criadores: esse manifesto é para vocês, que vivem no fio da navalha, sempre sendo cobrados para criar algo novo, algo fresco, algo que faça as pessoas pararem e prestarem atenção por mais de cinco segundos. vocês que são obrigados a se reinventar constantemente, mesmo quando estão exaustos, quando a criatividade parece ter se esgotado, mas ainda assim, o mundo exige mais. mais ideias, mais conteúdo, mais inovação. como se vocês fossem máquinas, não seres humanos.

vamos encarar: ser criador hoje em dia é como estar preso em uma roda de hamster, onde os números ditam o ritmo, e as plataformas controlam o jogo. você não é mais medido pelo valor do que cria, mas pela quantidade de curtidas, compartilhamentos, e engajamento. e se você não entregar, se não bater as metas invisíveis, é como se estivesse falhando, mesmo quando o que você está fazendo é pura arte, algo que veio do seu coração e não de uma planilha de excel.

e as marcas? ah, as marcas… muitas ainda não entenderam que vocês não são produtos para serem vendidos, embalados, e entregues ao consumidor final. vocês são artistas, e a arte não pode ser comprada com descontos ou barganhas baratas. arte tem valor, e é um valor que precisa ser respeitado, não diluído por estratégias de marketing que ignoram a alma do que vocês criam. é fácil querer mexer na obra alheia, querer que ela se adapte às “necessidades do mercado”, mas a verdadeira criação não é sobre se ajustar, é sobre desafiar, provocar, fazer pensar.

a verdade é que ser criador hoje em dia é viver sob uma pressão constante, e muitas vezes invisível. a pressão de sempre estar bem, de estar no topo do jogo, mesmo quando você está se sentindo uma fraude, mesmo quando o peso de tudo parece insuportável. a pressão de ser relevante em um mundo onde relevância é uma moeda volátil, controlada por algoritmos que nem sempre jogam a seu favor.

então, aqui vai o recado para as marcas: se querem trabalhar com verdadeiros criadores, com artistas que têm algo a dizer, algo que vale a pena ser ouvido, paguem o preço justo. não tentem transformar esses criadores em vendedores baratos, porque o que eles têm a oferecer é muito mais valioso do que qualquer campanha publicitária. respeitem a arte deles, porque sem ela, vocês não teriam nada além de mais do mesmo.

e para vocês, meus amigos criadores, continuem fazendo o que fazem de melhor: criando. mesmo quando é difícil, mesmo quando parece que ninguém está vendo, porque no fim do dia, o mundo precisa de mais de vocês. precisa de mais pessoas que desafiam as regras, que quebram moldes e que, acima de tudo, se recusam a ser definidas por números ou expectativas alheias. façam sua arte, mantenham sua integridade, e lembrem-se: vocês não são produtos, vocês são a força criativa que mantém esse mundo interessante. e isso, ninguém pode tirar de vocês.

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2024

meu papel como pai

o mundo hoje tem essa obsessão por preparar as crianças para serem vencedores, máquinas de alta performance programadas para competir, alcançar metas e, claro, garantir aquela carreira de sucesso que todo mundo sonha. é como se, desde o berço, estivéssemos criando pequenos gladiadores prontos para entrar na arena corporativa, armados até os dentes com planilhas de excel e técnicas de liderança. o mantra é claro: “seja o melhor, seja o mais rápido, conquiste o mundo antes dos 30 ou você é um fracasso”.

mas, como pai, me sinto na obrigação de ir na contramão dessa loucura toda. meu papel não é criar o próximo CEO bilionário ou o gênio da tecnologia. meu papel é muito mais simples — e ao mesmo tempo, infinitamente mais desafiador: criar um ser humano que saiba olhar nos olhos dos outros com empatia, que tenha a capacidade de escutar, realmente escutar, as opiniões alheias sem cair na tentação de julgar ou rotular. porque, no fim das contas, o que o mundo realmente precisa é de mais humanidade, não de mais robôs corporativos.

eu quero que meu filho saiba que existe um valor imenso em simplesmente ser uma boa pessoa, em entender que nem sempre é sobre ganhar ou perder, mas sobre como você joga o jogo. eu quero que ele seja capaz de sentar com alguém que pensa de maneira completamente diferente e, ao invés de tentar impor suas ideias, realmente escute, aprenda e, quem sabe, até mude de opinião.

o mundo já tem idiotas suficientes gritando suas certezas absolutas para quem quiser (ou não) ouvir. o que ele precisa é de mais gente que sabe que a verdadeira força está em admitir que não sabe tudo, que está disposto a aprender, a entender, a crescer.

então, enquanto outros pais estão ocupados criando os futuros vencedores do mercado, eu estou mais interessado em criar um filho que vai ser, antes de tudo, uma boa pessoa. alguém que entende que empatia não é fraqueza, que ouvir é uma habilidade subestimada, e que julgar menos e compreender mais é o caminho para uma vida mais rica e significativa.

é claro que isso não vai aparecer em nenhum currículo brilhante, nem vai ser aplaudido em uma sala de reuniões, mas, sinceramente, foda-se. no final do dia, é isso que faz de alguém um ser humano de verdade, e não só mais uma peça na engrenagem de um mundo que perdeu a noção do que realmente importa.

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2024

simples assim

a simplicidade é uma dessas coisas que todo mundo adora pregar, mas poucos têm a coragem de realmente praticar. é o tipo de coisa que soa bonito em teoria, mas na prática? ah, na prática, as pessoas preferem o excesso, o desnecessário, a cacofonia de coisas que só servem para preencher o vazio que elas se recusam a encarar.

vamos ser sinceros: a simplicidade assusta. porque ela expõe. quando você tira os adornos, os enfeites, as distrações, sobra o que? a realidade nua e crua, o essencial. e isso, meu amigo, é o que a maioria não quer ver. preferem se esconder atrás de mil bugigangas, como se entulhar a vida de coisas fosse a solução para qualquer tipo de insatisfação interna. mas a verdade é outra — quanto mais você acumula, mais perdido você fica.

e não me venha com essa conversa de que simplicidade é para os fracos, para os que têm medo de “viver a vida ao máximo”. a verdadeira ousadia, a verdadeira rebeldia, está em cortar tudo o que é ruído e focar no que realmente importa. isso não é para qualquer um. é para quem tem coragem de encarar o vazio sem surtar, para quem tem a clareza de ver que a vida não precisa de enfeites para ter significado.

o engraçado é que, num mundo que valoriza tanto a complexidade, a simplicidade é praticamente um ato subversivo. escolher o simples é dizer “não” a essa loucura de excessos que só serve para nos deixar mais ansiosos, mais perdidos, mais desconectados. é um ato de rebeldia contra a tirania do “mais é mais”, uma declaração de que a vida pode, sim, ser mais leve, mais clara, mais verdadeira.

então, da próxima vez que alguém te vier com essa ideia de que simplicidade é sinônimo de falta de ambição, dê risada. porque no fundo, quem realmente entende a simplicidade sabe que ela é tudo, menos fácil. ela é afiada como uma lâmina, corta fora o desnecessário e deixa apenas o que é essencial. e se isso não é o verdadeiro luxo, então não sei o que é.

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2024

matemática

estou numa fase em que a última coisa que me preocupa é corrigir as pequenas falhas do mundo. se você acredita que 1+1 é igual a 3, ótimo, continue com sua matemática imaginária. a verdade é que brigar contra essas ilusões que as pessoas escolhem alimentar é o equivalente moderno de bater a cabeça contra a parede – cansa, machuca, e no fim, a parede continua no mesmo lugar.

sabe, tem algo libertador em perceber que não preciso ser o guardião da lógica ou o bastião da razão. não estou mais interessado em ser o cara que aponta cada detalhe errado ou cada ideia fora do lugar. deixei para trás a necessidade de convencer os outros da minha versão da realidade, porque, convenhamos, quem disse que a minha verdade é mais válida do que a deles?

nesse circo em que vivemos, cada um tem o seu próprio número. alguns preferem malabarismos com a lógica, outros se especializam em acrobacias filosóficas que desafiam qualquer senso comum. e eu? estou feliz em assistir ao espetáculo sem me deixar levar pelos absurdos que vejo. afinal, viver a vida tentando corrigir os outros é a receita certa para a exaustão.

então, se você quer continuar defendendo suas verdades alternativas, vá em frente. eu já passei dessa fase de querer salvar o mundo da sua própria loucura. estou mais interessado em aproveitar meu tempo com as coisas que realmente importam – e acredite, lutar contra moinhos de vento de lógica não está na lista.

em vez disso, prefiro observar de longe, com uma dose de ceticismo e outra de curiosidade. porque, no fim das contas, o que realmente importa é saber quando se engajar e quando simplesmente deixar passar. e agora, mais do que nunca, escolho deixar passar.

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2024

vida real

a verdade é que a maioria das perguntas profundas que te fazem parar para pensar não são realmente sobre você, mas sobre o que você está evitando encarar. pergunte a si mesmo: o que eu faria se soubesse que não posso falhar? a resposta sincera provavelmente te assustaria, porque te forçaria a admitir que você não faz nem metade do que poderia, por medo de falhar. não é o medo do fracasso que te paralisa, mas a certeza de que a vida real não perdoa erros tão facilmente quanto essas perguntas querem fazer parecer.

“como você realmente está?” ah, por favor. quem de nós tem tempo para esse tipo de reflexão profunda enquanto navega por uma rotina que mal deixa espaço para respirar? a verdade é que todos nós estamos fingindo estar bem, jogando um jogo de sobrevivência onde a honestidade crua é um luxo que poucos podem se permitir.

a ideia de encontrar o “trabalho dos sonhos” ou “criar a vida perfeita” é o tipo de fantasia que o mundo moderno vende como se fosse um produto em uma prateleira. a realidade? a maioria de nós está simplesmente tentando passar pela semana sem se afogar em responsabilidades, ansiedades e expectativas esmagadoras. quem realmente tem tempo ou energia para criar a vida dos sonhos quando mal conseguimos manter a cabeça fora d’água?

e quem realmente se pergunta “por que sou digno de ser conhecido?” ou “o que me faz digno de ser lembrado?”? a maioria está muito ocupada tentando não ser esquecida, tentando não desaparecer na multidão de vidas vividas sem propósito real.

então, que tal uma dose de realidade? essas perguntas não são convites para uma jornada de autodescoberta; são lembretes cruéis de que estamos todos fingindo, todos tentando sobreviver em um mundo que adora vender a ideia de que a vida perfeita está ao alcance de todos, desde que você faça as perguntas certas. a verdade, no entanto, é que a vida real raramente oferece respostas tão simples.

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2024

atalho vs. trabalho

todo mundo quer o atalho. o caminho mais fácil, a solução rápida que promete transformar sua vida num estalar de dedos. é quase patético como a sociedade moderna venera esses “hacks”, como se fossem o segredo para o sucesso que ninguém nunca soube. mas aqui vai um segredo de verdade: esses atalhos que todo mundo busca? são pura ilusão. são paliativos que podem até te dar um gostinho do que você quer, mas nunca te darão a substância. e é aí que entra o trabalho – o esforço, a dedicação, o compromisso diário que ninguém quer encarar.

ser a pessoa que quer o trabalho é ser a exceção num mundo de preguiçosos. é reconhecer que não existem atalhos para o que realmente importa. enquanto todos estão ocupados procurando a próxima “fórmula mágica” para pular etapas, você está lá, fazendo o trabalho que ninguém vê, que ninguém valoriza – até que os resultados começam a aparecer. e quando aparecem, não são passageiros, não são fruto de sorte. são sólidos, porque foram construídos com base no esforço real.

a verdade é que o trabalho duro, aquele que queima, que desgasta, que faz você questionar suas escolhas, é o que te molda. é o que separa os que sonham dos que realizam. qualquer um pode seguir um hack, copiar uma fórmula, aplicar uma tática que alguém garantiu que funciona. mas poucos são os que estão dispostos a colocar a mão na massa e enfrentar o desafio de verdade, com todas as suas dificuldades e recompensas.

então, enquanto todos estão distraídos com o brilho dos atalhos, seja a pessoa que se destaca pelo trabalho. porque, no final das contas, os atalhos são apenas um caminho para a mediocridade disfarçada de sucesso. o trabalho, por outro lado, é o que constrói algo que realmente vale a pena. é o que te dá a confiança de saber que você não só chegou lá, mas que tem o conhecimento e a habilidade para ficar lá. e essa é a verdadeira conquista, algo que nenhum hack pode te dar.

se você quer algo que dure, que tenha significado, que realmente faça diferença, esqueça os atalhos. abrace o trabalho. porque é nesse caminho, não nos desvios, que você encontra a verdadeira realização. e, honestamente, não há nada mais gratificante do que saber que você conseguiu porque fez o trabalho necessário – sem pular etapas, sem cortar caminhos, mas fazendo o que precisava ser feito, dia após dia. isso é o que realmente importa, e é o que te diferencia de todos os outros que ainda estão buscando a próxima grande “dica” que vai, magicamente, mudar suas vidas.

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2024

a lógica

a vida se torna um jogo muito mais fácil quando você deixa de esperar que as pessoas ajam de forma lógica. e por fácil, quero dizer menos frustrante, menos insano, porque – vamos encarar a realidade – a lógica e o comportamento humano raramente se encontram no mesmo lugar. essa expectativa de que todo mundo vá reagir de maneira racional é uma piada cruel que você conta a si mesmo, e o único que acaba rindo é o destino, observando você se contorcer na tentativa desesperada de entender o que, francamente, nunca vai fazer sentido.

esperar que as pessoas ajam de acordo com a lógica é a maneira mais rápida de se decepcionar com o mundo. na teoria, você pensa que se for claro, sensato e justo, os outros vão responder da mesma forma. mas na prática? é como jogar xadrez com alguém que, de repente, decide que todas as peças são cavalos e que o tabuleiro é um campo de batalha emocional. e aí, meu amigo, não tem estratégia que funcione, porque a lógica não está em jogo – o que está em jogo são egos, inseguranças, traumas e uma dose generosa de irracionalidade.

se você quiser se manter são, aprenda a aceitar a insanidade ao seu redor. pare de tentar entender por que as pessoas reagem de maneiras que desafiam qualquer noção de bom senso. é um alívio imenso quando você percebe que a irracionalidade alheia não é um problema seu para resolver. o mundo vai continuar girando, as pessoas vão continuar fazendo coisas que não fazem sentido, e você? você pode simplesmente escolher não participar desse teatro do absurdo.

então, ao invés de perder noites de sono tentando desvendar a lógica por trás do comportamento humano, aceite a verdade simples: a maioria das pessoas está apenas navegando pelas próprias marés de incertezas, medos e impulsos. pare de esperar racionalidade e comece a apreciar a comédia cósmica que é a vida humana. o melhor conselho que posso te dar? respire fundo, observe o caos e siga em frente. afinal, quem disse que a vida tinha que fazer sentido?

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2024

contexto?

na corte impiedosa das redes sociais, contexto não vale absolutamente nada. aqui, a verdade é um detalhe inconveniente, descartado em favor de reações rápidas e sentenças sumárias. vivemos numa era em que a nuance foi assassinada a sangue frio, e o julgamento instantâneo é o esporte favorito. se uma frase pode ser tirada do contexto e usada como munição, então, parabéns, você acaba de se tornar o réu em um julgamento público onde a única prova necessária é uma captura de tela fora de contexto.

é uma cultura onde o cancelamento virou moeda corrente, e a empatia? essa foi expulsa do tribunal há muito tempo. ninguém quer saber o que você realmente quis dizer, as suas intenções, ou os detalhes que poderiam, deus nos livre, humanizar a discussão. o que importa é a rapidez com que se pode apontar o dedo, disparar um tweet venenoso e seguir em frente para o próximo linchamento digital. contexto? quem precisa disso quando a narrativa já foi decidida?

é quase cômico, se não fosse trágico, como o que deveria ser uma plataforma para troca de ideias e expansão de perspectivas virou um campo minado onde cada palavra é uma armadilha. o pior é que esse tribunal digital não tem juiz, não tem júri, e certamente não tem defesa. é o velho oeste moderno, onde o gatilho fácil substituiu o diálogo, e a justiça cega de verdade – porque ninguém se dá ao trabalho de abrir os olhos para enxergar o quadro completo.

no final das contas, o tribunal das redes sociais não quer justiça, quer sangue. e enquanto isso, a verdade – aquela coisa chata e complicada – se esconde nas sombras, fugindo do enxame de julgamentos apressados e mal-informados. então, da próxima vez que você se pegar prestes a julgar alguém com base em um fragmento de informação, pergunte-se: será que você está realmente entendendo, ou só seguindo a turba com tochas e forquilhas? porque, na corte das redes sociais, a única coisa que se tem certeza é que o contexto é irrelevante – e, no fundo, ninguém se importa com o que realmente aconteceu.

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2024

maquiagem intelectual

explicar algo complexo de forma simples não é apenas um dom – é um tapa na cara de todos os “intelectuais” que se escondem atrás de palavras difíceis e teorias enroladas. é fácil soar inteligente quando você está despejando jargões, empilhando termos técnicos e jogando uma névoa de complexidade. mas a verdadeira genialidade está em pegar o complicado, destrinchar até o essencial e, ainda assim, transmitir o que importa. no fundo, se você precisa de toda essa pirotecnia linguística para explicar algo, a verdade é que você não entendeu tão bem assim.

vivemos num tempo em que ser “profundo” muitas vezes significa complicar o óbvio. quantas vezes já vi gente empacotando ideias simples em camadas de teorias e abstrações desnecessárias, só para parecer mais esperta? é quase cômico, porque quanto mais alguém insiste em tornar algo difícil de entender, mais claro fica que não há muita substância por trás da fachada. só que a realidade, e isso poucos admitem, é que descomplicar é muito mais difícil. exige uma compreensão tão completa que você consegue cortar toda a gordura e ir direto ao ponto, sem perder a profundidade.

é por isso que pessoas realmente inteligentes são capazes de explicar coisas complicadas para qualquer um, seja para uma criança ou para alguém que nunca ouviu falar do assunto. essa habilidade de simplificar, de traduzir o complexo sem reduzir seu valor, é o que separa os que realmente entendem dos que apenas repetem o que leram. e enquanto a maioria se esconde atrás de discursos complicados, aqueles que realmente dominam o tema não têm medo de simplificar – porque sabem que clareza não é superficialidade, é precisão.

no fundo, o que mais me fascina é como a verdadeira profundidade está em saber tornar as coisas acessíveis. enquanto tantos buscam complicar para impressionar, os gênios de verdade preferem ser entendidos do que admirados. porque, no fim das contas, a verdadeira conquista intelectual não é deslumbrar com palavras bonitas, mas transformar conhecimento em algo que possa ser absorvido, digerido e, quem sabe, até aplicado. quem sabe, ensina; quem enrola, disfarça. e o mundo está cheio de disfarces.